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Ficha completa do filme

Aventura

As Crônicas de Nárnia (2005)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 09/05/2006
Nota 1

Depois de "O Senhor dos Anéis", todos os estúdios buscaram uma franquia com o mesmo potencial de continuações e um clima de fantasia semelhante. Foi assim que a Disney chegou a "As Crônicas de Nárnia", antiga história infantil, adaptada antes apenas como animação, escrita por C.S. Lewis, que foi amigo e depois rival de J.R.R. Tolkien, autor de "O Senhor dos Anéis".

A expectativa é que esse filme tenha sete episódios. O apelo dessa superprodução de US$ 180 milhões rodados na Nova Zelândia (como "O Senhor dos Anéis") é basicamente infantil. Tem pouca ação, quase todos os personagens são bichos animados e sua história não vai agradar a um público masculino e adulto. O filme não tem romance, o que também deixa de fora o público feminino. Além disso, tem muito pouco humor.

E a tentativa de vender o filme para as comunidades cristãs é uma balela. Apesar de o autor ser cristão fervoroso, há apenas algumas referências vagas (o Leão como o Leão de Judá, a traição como Judas, a Ressurreição). No fundo, é apenas uma antiquada história do bem contra o mal, não especialmente empolgante, nem memorável.

A ação se passa na Inglaterra durante a Segunda Guerra Mundial, quando quatro crianças são deslocadas para o interior, por causa do bombardeamento em Londres. Elas vão para uma castelo de um cientista-professor (outro personagem mal desenvolvido), onde por acaso entram em um armário e encontram a terra desconhecida de Nárnia.

A menina Lucy (Georgie Henley, a melhor do elenco) é a primeira a entrar em Nárnia e faz amizade com um fauno que é contra a Rainha da Neve, ou a Feiticeira (a inglesa Tilda Swinton, menos marcante do que costume em papel do qual Nicole Kidman desistiu). Ela é uma mulher fria e cruel, que transforma os inimigos em estátuas de gelo.

Aos poucos, os irmãos de Lucy também vão para Nárnia e acabam tomando posição contra a tirana. De acordo com uma antiga profecia local, quando "dois filhas de Eva e dois filhos de Adão", ou seja, quatro humanos, chegassem a Nárnia, haveria uma revolta.

O mais interessante de toda a história é o desenvolvimento da relação entre os irmãos, já que Edmond, o mais novo, é problemático, rivaliza com o mais velho e sente a falta do pai. Isso justificaria sua traição, ao se tornar informante da Feiticiera, o que provoca vários problemas.

A figura mais imponente é a do leão Aslam, chefe da oposição (voz de Liam Neeson) e que protagoniza o momento mais polêmico do filme. Enfim, não dá para dizer que o filme seja aborrecido.

O trabalho do diretor neozelandês Andrew Adamson ("Shrek" e "Shrek 2") é apenas profissional, sem maior inspiração. O público para ele é evidente: os menores de idade.

Edição em DVD traz os extras: erros de gravação, "Descubra as Novidades sobre Nárnia", comentários em áudio com o diretor e os atores (William Moseley, Anna, Popplewell, Skandar Keynes, Georgie Henley) e outro com o diretor e o produtor Mark Johnson, e o diretor de arte Roger Ford.

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