Elektra (2005)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2005

Nota 3

A melhor coisa do filme foi naturalmente o fato de que mais tarde Garner e Ben Affleck se apaixonaram, ela engravidou e eles se casaram. Mesmo assim, o filme fracassou e não teve continuação. Nesta edição, o charme é a aparição de Affleck, numa cena que foi cortada nos cinemas (é um sonho muito rápido). Parece até que a Fox nem tentou salvá-lo, fez pouca campanha para ele (não teve nem página inteira no New York Times), parece que estavam conscientes de que era uma bomba.

Deviam ter pensado nisso antes, quando viram o filme que lhe deu origem, "Demolidor" ("Daredevil"), onde Jennifer Garner roubava a fita como Elektra. O que não é muito, se considerando que com Ben isso era moleza. Mas esta fita é bem pior. Feita pelo diretor de "Reino de Fogo" e "Arquivo X", o filme é baseado na história em quadrinhos de Frank Miller ("Sin City").

Não conheço o original, mas arrisco a explicação. Ela é basicamente uma assassina, que já começa o filme matando um monte de gente friamente. Dali em diante só pode perder o espectador, que obviamente a rejeita.

Acabamos ficando sem grandes explicações: por que mataram a mãe dela? Quem é aquela adolescente que ela protege tanto? Tudo isso fica mal justificado numa fita que parece mais seriado de tevê, episódio daquelas adaptações de fitas japonesas, "Powers Rangers" da vida. Garner que tinha deixado uma boa impressão antes (em "Alias"), aqui está neutra e apática.

Tudo é tremendamente simples e superficial, com tradicionais flash-backs e lutas em câmera lenta. Ela mata, depois tem outra missão, mas muda de idéia quando decide não liquidar um pai e filha. Mesmo assim, age de forma infantil (comprometendo seu parceiro que se sacrifica por ela (será que ela não teria um plano melhor).

As lutas são muito fracas nestes tempos dos delírios de "Herói" e "O Clã das Adagas Voadoras". E a fita é uma bobagem total e muito confusa. Terence Stamp tem o ingrato papel do velho mestre, aqui chamado de Stick. Na verdade, achei o filme tão fraquinho que nem me incomodou. Mas os críticos ficaram enfurecidos e o destruíram. Talvez até com exagero.

Edição americana tem três Cenas Excluídas, Making of, Comic-Com Presentation (apresentado por Jennifer), Dentro da Sala de Montagem, teaser, trailer de cinema, trilha musical, trailers de American Dad e Family Guy.