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Ficha completa do filme

Aventura,Suspense

King Kong (2005)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 19/04/2006
Nota 5

"King Kong" foi o melhor superespetáculo do fim do ano em 2005, mas atraiu menos público do que o previsto (custou cerca de US$ 210 milhões e rendeu US$ 560 milhões em todo o mundo) porque era um tanto déjà-vu.

O filme foi também prejudicado pela longa duração, mais de três horas, e pelo fato de os feriados de fim de ano terem caído em fins de semana, mas mereceu os três Oscar que ganhou (efeitos especiais, som e edição de som).

Entretanto "King Kong" é indispensável, tem grandes momentos de ação e efeitos e também de ternura. E esta edição especial em DVD reforça isso, com muitos extras.

O primeiro trabalho do diretor Peter Jackson depois da trilogia "O Senhor dos Anéis" não decepciona. É um show de direção, de efeitos digitais. Sem dúvida, o filme é muito superior à versão de 1976, com Jessica Lange, e uma revisão fiel do original de 1933 a quem Jackson presta uma homenagem e faz reverência.

Não que o filme faça concessões. Passa-se uma hora inteira até que aconteça uma primeira cena de ação (o acidente do navio na Ilha da Caveira) e mais meia hora até a entrada em cena do gorila.

Mas nada disso importa, porque tudo funciona. O elenco é bem escalado, a história, muito bem contada, e a produção, impecável. Toda a fortuna gasta no projeto está na tela, inclusive com uma recriação da Times Square de 1933 em estúdio e depois em versão digital.

Foi uma excelente decisão situar a história nos anos 30, em plena Depressão, em 1933, ano do "King Kong" original _o filme começa com uma edição rápida mostrando a profissão da heroína, Naomi Watts, atriz de vaudeville que logo fica desempregada, e a situação de pobreza da época nos EUA. Não só porque era uma época em que era possível acreditar em ilhas desconhecidas habitadas por monstros pré-históricos, mas também porque há um sentido maior de aventura, de fantasia juvenil, sem ideologias.

Na verdade, na adaptação há poucas mudanças em relação ao original: o protagonista continua a ser um diretor de cinema meio Orson Welles, mas que o roteiro tenta humanizá-lo e não deixá-lo ser apenas um bandido egocêntrico. O papel é feito por Jack Black, sem excessos. Em vez do imediato do navio do original como par romântico da heroína, foi criado um autor de teatro intelectual (Adrien Brody), já admirado por ela antes de se conhecerem, e que na hora certa age como destemido cavalheiro.

O fato é que o roteiro se esmera em citações, tem senso de humor (por exemplo, "ele é um homem honrado? Claro, é produtor de cinema") e principalmente vai construindo cuidadosamente o tema de "A Bela e a Fera" _ou a Bela que mata a Fera.

Na versão de Peter Jackson não há nenhuma insinuação erótica como houve em versões anteriores, sinal dos tempos. Trata-se de um amor puro, muito bem caracterizado nas expressões faciais do gorila gigante. O ator Andy Serkis, o Gullum de "O Senhor dos Anéis", serviu de modelo para os movimentos de Kong. Aliás, Serkis também participa do filme com seu próprio rosto como Lumpy, o cozinheiro do navio.

O resultado geral é próximo daquilo que o diretor pretendeu: uma releitura de "King Kong" com efeitos do melhor da tecnologia atual. Algumas coisas são intecionais, como a trilha musical de James Newton Howard, quase contínua, como se usava nos anos 30 _Jackson recusou a trilha que lhe foi entregue por Howard Shore, compositor de "O Senhor dos Anéis".

Se a ação custa a começar, depois de iniciada não pára mais. Começa com a chegada à ilha, o encontro dos nativos e a oferta de Naomi como sacrifício a Kong. Quando tentam resgatá-la, começa o melhor da festa: uma sucessão de perigos e sustos, que começa com um estouro da "manada" de dinossauros e segue com ataques contínuos de predadores, de insetos gigantes a morcegos, até a longa luta entre Kong e três lagartos pré-históricos.

Jackson diz que fez o filme porque se apaixonou por cinema quando viu "King Kong" aos nove anos. E esse carinho está presente na maneira como ele conta a história, principalmente na famosa parte final, quando Kong se liberta das correntes, captura Naomi em Nova York e vai se refugiar no Empire State Building, onde ele luta contra aviões.

Talvez nem tudo seja perfeito (há um visível uso de miniaturas, um detalhe ou outro menos realizado), mas o resultado é nunca menos do que espetacular.Se o velho "King Kong" tinha força para capturar a imaginação da garotada, imagino o que este novo vai conseguir agora em DVD.

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema [resenha-data-cadastro]
Nota 3

Na expectativa da refilmagem de 2005, do diretor de "O Senhor dos Anéis", Peter Jackson, fica difícil revalorizar esta refilmagem feita pelo produtor Dino de Laurentiis que absurdamente chegou a ganhar o Oscar de Efeitos Especiais (apesar da maior parte do tempo o gorila ser apenas Rick Baker vestido de macaco).

Foi grande sucesso de bilheteria, em particular no Brasil, onde teve um grande marketing. Incluindo a presença da jovem que foi descoberta para o filme, Jessica Lange, que era impossível prever que seria vencedora de dois Oscars e teria uma carreira brilhante. Ela faz a bela que seduz inocentemente a fera (em cenas de alguma nudez e erotismo).

Tem momentos de fuga e perseguição no World Trade Center. Foi indicado ainda aos Oscars de Som e Fotografia. E Globo de Ouro de revelação para Jessica. Obviamente não tem o mesmo encanto da versão original de 1933, este sim clássico e inesquecível.

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema [resenha-data-cadastro]
Nota 1

Esta é uma versão colorizada (a própria capa acentua que o processo foi feito sem autorização dos autores) do filme clássico, o que atrapalha muito esta história superfamosa, uma variação de "A Bela e a Fera" bolada por Edgar Wallace e Cooper.

Produzida ainda na RKO por Selznick, o filme , que nunca ganhou nem foi indicado a qualquer Oscar (embora tenha tido refilmagem inferior de 1976 premiada!), é uma maravilha de efeitos especiais (claro que para a época, que os movimentava quadro a quadro, como desenho animado). Tinha até ousadias (como o macaco tirar a roupa da jovem, o que está ausente aqui, mas restaurado em algumas cópias). É famosa a seqüência final, na qual ele sobe no alto do Empire State.

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