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Ficha completa do filme

Drama

Match Point (2005)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 12/07/2006
Nota 1

Quando estreou nos cinemas, o título deste filme era "Ponto Final - Match Point". Agora que sai em DVD, fica valendo o original "Match Point". O filme dirigido por Woody Allen foi muito bem recebido em Cannes, teve apenas uma indicação ao Oscar, o de roteiro original, e também uma bilheteria fraca nos EUA, cerca de US$ 9 milhões, mas bem mais do que Allen tem realizado nos últimos anos.

Certamente pode-se dizer que este é o melhor drama que o diretor já realizou, mas isso não significa muito porque os outros eram muito fracos. Pela mesma razão, tampouco é elogio afirmar que é o melhor filme dele dos últimos anos.

A impressão é que Allen não tinha nenhuma idéia nova e então resolveu ressuscitar aquela inspirada em "Crime e Castigo", de Dostoiévski, que tinha utilizado apenas pela metade em "Crimes e Pecados" (em que o homem casado mandava matar sua amante interpretada por Anjelica Huston).

Isso significa que os diálogos não têm qualquer graça e são os piores de toda sua carreira, absolutamente banais. Talvez as pessoas fiquem impressionadas com o fato de que o filme tem uma introdução que prepara depois para um final inesperado, bastante esperto e sagaz. Mas para mim não é suficiente para desculpar uma fita cheia de incongruências.

Este é o primeiro filme de Allen rodado na Inglaterra porque ele não conseguiu financiamento em outro lugar. Simplesmente transpôs o roteiro para Londres sem se preocupar com bom senso.

No começo da história, um professor de tênis (Jonathan Rhys-Meyers) dá aulas para um rapaz rico que imediatamente o convida para sair à noite e depois para freqüentar sua casa. A partir daí, toda a ação do rapaz é absurda, como a complacência que os pais dele aceita o casamento do professor de tênis com a filha deles (Emily Mortimer, sempre eficiente).

O filme melhora um pouco com a entrada de Scarlett Johanson como uma atriz desempregada que namora o cunhado e provoca desejos no herói. Ele não consegue controlar seus hormônios e eventualmente os dois se tornam amantes, no melhor estilo "Um Lugar ao Sol", de George Stevens, por sua vez baseado em livro de Theodore Dreiser.

Um detalhe importante: Scarlett está em seu melhor momento, finalmente dando algum sinal de vida. Ela entrou no filme depois que Kate Winslet desistiu do papel.

O toque irônico do final dá a impressão de que o filme é melhor do que a realidade. Mas sem dúvida é menos descuidado do que os recentes, mas muito diante ainda de suas obras-primas.

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