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Ficha completa do filme

Drama

Mentiras Sinceras (2005)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006
Nota 1

Havia uma certa expectativa com este filme que marca a estréia como diretor do roteirista de "Assassinato em Gosford Park", Julian Fellowes, adaptando um romance alheio (de Nigel Bachin, "A Way Through the Wood", de 1950). Mas ele passou em branco em quase toda parte (só o estranho National Board of Review lhe deu um prêmio de Diretor estreante).

E realmente não deve ter maior impacto, simplesmente porque não funciona. É uma história antiga, reciclada com certo mérito, mas que derrapa antes da conclusão. Como sempre, os filmes ingleses têm um alto padrão de interpretação, mesmo quando em dia menor.

Tom Wilkinson, um bom ator capaz de ser vilão ou bom sujeito, aqui faz um bem sucedido homem de negócios, advogado que mora numa bela casa de campo em Buckinghamshire com sua esposa de muitos anos (Emily Watson).

Quando o filme começa, vemos rapidamente um acidente de carro em que cai um velho, aparentemente ferido. Depois descobrimos que ele é o marido da empregada de confiança do casal (que tem grande apreço por eles, porque a empregaram mesmo ela tendo um passado criminoso, passando um tempo na prisão). Naquele fim de tarde, o casal convidara alguns amigos para tomar um drinque.

O filme não é sobre o crime em si ou sua investigação mas a responsabilidade, a ética, a moral, as questões que ele provoca. E se foi um acidente? Deve-se ou não assumir a culpa? O homem já morreu mesmo, a mulher está amparada, será que inocentes devem pagar por isso? E o que se faz com o sentimento de culpa?

Assim fica claro para o espectador a situação básica: James (Wilkinson) descobre que a mulher Anne (Emily) está tendo um caso com um vizinho nobre que retornou há pouco tempo da América, William Bule (Rupert Everett).

Um sujeito arrogante e irresponsável que, justamente na hora do crime, estava saindo apressado da casa da amante. E para complicar existe ainda a viúva, a empregada que assistiu tudo (Linda) e seria capaz de identificar o carro. Essas são as linhas gerais da história, que estou tentando não identificar e explicar demais.

Felizmente há um final irônico e sem dúvida inesperado. Não especialmente marcante, mas que não chega a desagradar. Ao menos delineia claramente a situação social de classes na Inglaterra (coisa que Woody Allen não percebeu) não se preocupando tanto com o suspense mas com o estudo de comportamento, costumes, e a psicologia dos personagens.

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