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Ficha completa do filme

Comédia

O Guia do Mochileiro das Galáxias (2005)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 19/10/2005
Nota 4

Fazia tempo que não me divertia e tinha tanto prazer em ver um filme quanto na comédia inglesa "O Guia do Mochileiro das Galáxias", uma das mais originais, inteligentes e inesperadas dos últimos tempos.

Certamente não é para todo mundo. É preciso gostar de ficção científica, apreciar o humor inglês, estar disposto a curtir monstrinhos (manipulados pela turma de Jim Henson), robôs e figuras exóticas. E também estar aberto para rir das grandes questões da vida e do universo.

Na verdade, a questão mais discutível do filme é a idéia da distribuidora brasileira em usar a voz de José Wilker para dublar o narrador (Stephen Fry), com a desculpa oficial de que as cópias são legendadas e, assim, se evitaria um excesso de informação na tela. Mas a narração não entra em conflita com nada; ao contrário, dá um efeito esquisito de distanciamento. Um detalhe: esperem pelos letreiros porque ao final tem um adendo em que o Guia explica mais uma coisa.

É louvável que o filme tenha um comediante britânico praticamente desconhecido, Martin Freeman, de "Simplesmente Amor", "Ali G". O projeto já existia desde 1982, quando foi comprado por Ivan Reitman pensando em Dan Aykroyd e Bill Murray como atores. Antes de Douglas Adams, autor do livro adaptado para as telas, morrer, Reitman quase fechou com o diretor Jay Roach (o nome dele está nos letreiros) para ser feito com Jim Carrey, Hugh Laurie e Nigel Hawthorne. Hugh Grant era a escolha de Adams.

Depois o diretor Spike Jonze recusou o projeto, mas indicou a dupla de videomakers, diretores de clipes, Garth Jennings e Nick Goldsmith. E Garth acabou fazendo o filme, que teve sucesso relativo nos EUA (custou US$ 50 milhões e rendeu US$ 51 milhões).

Mais ou menos como filmes e shows do extinto grupo Monty Python, "O Guia" é repleto de citações e detalhes. Mas isso é para o fã. Os simples mortais se identificam com o herói, Arthur Dent. O rapper Mos Def, que tem se revelado ótimo ator, faz o amigo dele. Tem ainda o presidente da Galáxia (Sam Rockwell, que tem duas cabeças e parece fazer uma imitação de Tom Cruise, prestem a atenção nisso), o líder religioso John Malkovich (uma sátira à religião organizada, com grandes sacadas) e a garota da Terra que o herói não consegue esquecer (Zooey Deschanel). Além de muitos outros achados brilhantes e impagáveis que ao menos fazem pensar _o mais interessante é o supercomputador construído para encontrar as respostas das grandes questões do universo, ou as grandes perguntas! Tudo sempre com o guia como condutor da história (com algumas animações também engraçadas).

O filme começa de forma fulgurante e perde um pouco de fôlego depois. Mas isso sucede com quase todos os filmes, então não é novidade. Tem alguns diálogos e frases que devem virar clássicas, como a abertura com os golfinhos cantores.

Edição em DVD traz making of com entrevista com o elenco, cenas inéditas, comentários do produtor e diretor.

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