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Ficha completa do filme

Comédia,Ação

O Matador (2005)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006
Nota 1

Esta é sem dúvida a melhor interpretação da carreira do irlandês Pierce Brosnan, em sua já longa trajetória que inclui a série de tevê "Remington Steele" e principalmente o papel de James Bond. Agora que foi dispensado da série, até porque estaria ficando cara demais e também envelhecendo, a solução foi conseguir um personagem que lhe desse chance de mostrar sua versatilidade e talento (ele assina como um dos produtores).

Tenho certo problema com o filme por ele ser amoral, e de certa maneira achar que ser matador profissional, sair por aí liquidando os outros a esmo, é uma coisa legítima e divertida. Mas enfim, é sinal dos tempos.

Fora isso, é muito bem armado o roteiro do também diretor Sheperd (um jovem vindo de escola de cinema que já fez fitas como "O Incidente Linguini" e "Oxygen"). Aqui se fala de um veterano assassino profissional, Julian Noble, que viaja pelo mundo realizando missões sempre bem sucedidas e discretas.

Mas, com o passar do tempo, ele está perdendo o sangue frio e depois de errar uma vez, está ameaçado tanto de perder seu lugar, quanto de acabar mal. Certa noite, regada a álcool num hotel na Cidade do México, ele acaba falando um pouco demais para um sujeito comum, Danny Wright (Kinnear) e revela sua verdadeira profissão. Quando este não acredita, o convida para ir junto.

E Danny surpreso, vê que realmente é fato. Sempre em tempo de comédia, Julian surge depois na casa de Danny no interior, espantando tanto ele quanto a esposa deste (a sempre eficiente Hope Davis). E agora este não tem escolha, tem que acompanhar Julian numa perigosa e totalmente injustificada missão.

Só mesmo dois atores competentes como Kinnear (que sempre funciona assim, como escada de alguém) e Brosnan (que revela facetas inesperadas de sua versatilidade e mereceu sua indicação para o Globo de Ouro) conseguiriam dar vida a esta história que nunca resvala para a grosseira ou mau gosto, ficando porém sempre dentro dos limites do humor negro. Um filme que vale conferir.

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema [resenha-data-cadastro]
Nota 5

Esta provavelmente é a obra-prima do diretor John Woo, numa época onde ele acumulou uma série de trabalhos memoráveis ("Bala na Cabeça", "Fervura Máxima"), antes de ir para os EUA e se tornar um mero diretor de encomenda.

É seu trabalho definitivo sobre lealdade entre heróis românticos de lados opostos, seu tema favorito herdado de seu mentor Chang Cheh, que o utilizava no universo dos filmes de kung-fu na década de 70. Woo coloca o novamente Chow Yun Fat como protagonista (que conseguiu que o estúdio Golden Harvest bancasse o filme), na pele de um assassino profissional, que se vê encurralado ao tentar ajudar uma moça que deixou cega acidentalmente e que encontra confiança apenas na figura de um policial que quer prendê-lo (feito por Danny Lee, ex-astro da Shaw Bros. que ficou marcado justamente por seus papéis como policial).

O filme tem um impacto surpreendente até hoje, com suas elaboradas seqüências de tiroteio, o tom trágico da narrativa e várias referências a filmes que marcaram o diretor como "Apocalypse Now", "Caminhos Violentos" e "Meu Ódio Será Sua Herança".

Obrigatório para fãs de ação. O DVD, de origem duvidosa, traz o filme com boa qualidade de imagem, mas estranhamente traz o áudio chinês apenas em mandarim, ignorando o oficial em cantonês.

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