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Ficha completa do filme

Drama

A Rainha (2006)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 12/06/2007
Nota 4

Helen Mirren ganhou todos os prêmios do ano por sua brilhante e discreta interpretação da rainha Elizabeth 2ª da Inglaterra, no mesmo ano em que levava também todos os prêmios de televisão fazendo o papel de Elizabeth 1ª num filme da emissora de TV a cabo HBO. Até mesmo a atual monarca inglesa gostou do filme, que foi indicado aos Oscars de figurino, direção, trilha musical e roteiro (de Peter Morgan, que levou o Globo de Ouro na categoria).

Tinha tudo para ficar com cara de telefilme. Afinal o tema cheirava a sensacionalismo: pela inabilidade da rainha, um movimento contra a monarquia poderia ter conseqüências imprevisíveis. A situação só foi contornado porque o então primeiro-ministro Tony Blair, mesmo quebrando o protocolo, resolveu interferir.

O que elevou o filme acima das expectativas foi a presença na direção do sempre excelente Frears, que tem uma série de grandes filmes em sua carreira ("Ligações Proibidas", "O Amor Não Tem Sexo", "Minha Adorável Lavanderia", "Os Imorais", "A Grande Família", "Liam", "Alta Fidelidade"). Certamente ajudou o excelente roteiro de Peter Morgan, que também escreveu "O Último Rei da Escócia". O fato é que eles conseguiram o tom certo -- um feito ainda mais impressionante sabendo-se que Frears é antimonarquista.

Seria fácil cair na caricatura, na sátira, na imitação barata, no melodrama -- ou seja, nos extremos --, já que se trata de pessoas públicas, internacionalmente conhecidas. E, se há uma personalidade discreta, sem uma característica marcante, é a rainha Elisaeth. Daí o grande mérito do trabalho de Helen Mirren. Sua interpretação é irretocável, dando dimensão humana a uma figura que poderia ser apenas banal. Também é muito elogiada a presença de Michael Sheen, que já havia feito antes o papel de Tony Blair num telefilme de Frears, "The Deal", inédito no Brasil.

Mesmo que todo mundo saiba como vai acabar a história, o filme ainda consegue interessar e mesmo comover.

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