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Ficha completa do filme

Policial

Dália Negra (2006)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 27/02/2007
Nota 3

Este é um dos piores filmes de Brian De Palma, no qual nem por um momento ele demonstra maior empenho, talento ou mesmo garra. É um filme que poderia ter sido feito por qualquer um e provavelmente com melhor resultado. Baseando-se em livro policial de um autor consagrado, James Ellroy (é inevitável a comparação com outro filme tirado de livro dele, "Los Angeles, Cidade Proibida"), o filme, por falta de recursos, teve de ser rodado em Belgrado e, obviamente, num estúdio muito pobre em equipamentos.

Mas o erro básico é a escolha do elenco. Cada vez mais fica claro que não há mais atores americanos aparelhados para interpretarem filmes de época -- não têm peso, vivência ou escola para isso (tanto assim que, em "Los Angeles, Cidade Proibida", o diretor optou por ter todo seu elenco central formado por australianos). Então o diretor foi obrigado a recorrer a um elenco altamente deficiente, começando pelo galã Josh Hartnett, que é nota zero em quase tudo, ainda mais quando tenta brincar de Humphrey Bogart.

A sensação é de que se trata de uma brincadeira escolar de filme de gângster. Não apenas Josh, mas todos os outros são inadequados, com destaque especial para Scarlett Johanson (outro blefe) e mesmo Hilary Swank, que não consegue convencer como uma rica e bonita milionária sem escrúpulos (ela é tudo menos linda).

Na trama, um jovem policial encarregado das investigações da morte de uma jovem apelidada de Dália Azul acaba descobrindo envolvimento de milionários no caso. Esse crime realmente existiu e é um dos mistérios mais discutidos da crônica policial da Califórnia. Ellroy inventou em torno dele um enredo mais complicado, cheio de meandros, aproveitando também o fato notório de que os policiais da época e local eram todos corrompidos.

Infelizmente nada funciona, nem a fotografia do grande Vilmos Zigsmond, nem algumas ousadias (num bar gay de época ele coloca uma aparição da cantora assumida K.D. Lang). O filme resulta medíocre e banal, descartável. Que saudades dos tempos em que De Palma era capaz de tudo menos de nos deixar indiferentes.

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