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Ficha completa do filme

Romance

Paris, Te Amo (2006)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 19/12/2007
Nota 1

De vez em quando os franceses realizam filmes saudando sua cidade e professando o seu amor por ela. O mais recente é este rodado em alta definição, om orçamento reduzido (e tempo máximo de cinco minutos) e a presença de muitos realizadores locais, vários americanos e poucos de outra origem (não há curiosamente ingleses). Lamento informar que um dos mais fracos é justamente o feito pelos brasileiros Walter Salles e Daniela Thomas, que, além de fugir do tema (em geral são todos histórias de amor), é minimalista, com apenas alguns planos e uma mocinha - a colombiana Catalina Sandino Moreno, que diz apenas duas frases, "Oui" e "Non".

Qualquer filme neste formato é irregular por natureza. Não consegui ver nada direito no episódio do mexicano Alfonso Cuarón, em que acompanhamos, num plano sem corte, um casal na rua discutindo, em plena escuridão. Mas em geral o filme é simpático e afetuoso, entrecortado por cartões-postais da cidade. Alguns dos destaques: o turista Steve Buscemi sofrendo na mão da grosseria dos locais (uma das raras vezes em se critica os franceses, em um episódio muito bem realizado pelos irmãos Coen, com o ícone de Paris, o metrô, que aparece nos outros muito pouco. Gus Van Sant mostra um pouco o lado gay do Marais (outro tema que não se repete).

Só dois usam a narração off, mas ambos funcionam: a história de amor de Sergio Castelitto pela mulher doente em Bastille e o ultimo do diretor Alex Payne, sobre uma turista americana solitária. Não há como não se comover no Quartier Latin vendo o reencontro da lendária Gena Rowlands com o muito envelhecido Ben Gazzara. Gostei também do ritmo e alegria do romance de um cego com uma aspirante a atriz em Faubourg Saint-Denis (me deu vontade de conhecer o bairro, acho que é o único do filme que não é turístico).

Legal também a visita ao cemitério feita por Wes Craven, mas fica fora de lugar e esquisito o filme de vampiros na La Madeleine. Por fim, Pigalle com Fanny Ardant também resulta charmoso. Não é todo mundo que gosta de fitas em episódios, porque quando estamos nos envolvendo numa história ela acaba. Mas esta seleção é das melhores do gênero. Ao menos é mais barata do que uma visita a Paris (mas, se puder, prefira a autêntica).

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