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Ficha completa do filme

Drama

Pecados Íntimos (2006)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 11/07/2007
Nota 4

O Oscar está mesmo se transformando num prêmio de arte. Novamente em 2007 prestigiou os filmes mais sérios, polêmicos, independentes no espírito, se não de fato. E quase todos entre os principais indicados foram fracassos de bilheteria nos Estados Unidos, rejeitados pelo público mais amplo. Até porque alguns são realmente incômodos, como este drama dirigido por Todd Field (de "Entre Quatro Paredes") e com roteiro de Tom Perrotta baseado em livro de sua autoria. Foi indicado aos prêmios de melhor atriz (mais uma indicação para a sempre excelente Kate Winslet), ator coadjuvante (Jackie Earle Harley, que faz um tipo impressionante) e roteiro adaptado.

Quem vê no cinema uma discussão de problemas da sociedade deve experimentar esta complexa narrativa, cheia de ambigüidades, sobre dois casais de subúrbio de classe média. Patrick Wilson faz um desempregado que passa o dia cuidando do filho pequeno, enquanto a mulher (a discreta e sempre bela Jennifer Connelly) trabalha fora. Um dia, nos parques e piscinas freqüentados por esposas e mães, ele faz amizade com uma delas, a mais anticonvencional e insatisfeita (Kate Winslet), mãe de uma menininha. Os dois começam um intenso romance, enquanto a comunidade se abala com o fato de que no bairro voltou a morar, com a mãe, um sujeito que foi condenado por pedofilia (Jackie Earle Harley). Sua presença sinistra é uma visão ameaçadora e provoca reações por vezes violentas e mesmo exageradas das pessoas.

Com uma narrativa intrincada e ênfase na atração sexual do casal, o filme dá uma certa derrapada na conclusão inesperada, que pode deixar muita gente perplexa. Extremamente bem interpretado, "Pecados Íntimos" é para poucos. Pode ser sedutor e fascinante. Ou repulsivo.

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