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Ficha completa do filme

Comédia

Polaróides Urbanas (2006)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 12/08/2008
Nota 1

Falabella se revela um diretor sensível, com bom gosto, fluência, controle absoluto do elenco, alternando gente famosa com desconhecidos no cinema dentro de uma história humana e tocante que a seu modo optou por fazer uma crônica da cidade amada. É um caso raro de alguém que já em sua estréia revela que tem um "olhar cinematográfico" e não de televisão, embora não negue seu amor pelo teatro.

O texto da peça "Como Encher um Biquíni Selvagem" feito por Claudia Gimenez, que recusou participar desta versão, foi expandido e ganhou vida própria, solucionando bem as diversas histórias numa única narrativa que se torna fluente apesar de um primeiro choque.

Tudo começa como comédia, mas vai se tornando mais sério e dramático, de tal forma que praticamente a única atriz a fazer comédia assumida é Marilia Pêra, em dupla presença: como a suburbana reprimida e sua irmã nova rica, chata e escandalosa.

O filme tem início de forma instigante, com uma representação teatral de uma tragédia grega estrelada pela conturbada Arlete Salles, que interrompe a representação no meio ao identificar Marilia. Dali em diante, todos os personagens conseguem dar seu recado, embora a mais prejudicada seja a figura da psicóloga (Natalia do Vale), transformada em vilã sem conseguir deixar sua marca de humanidade. Curiosamente, Falabella trata com mais carinho os personagens mais populares, mais marginais.

O fato de não ser uma típica comédia foi certamente o maior obstáculo comercial do filme que é extremamente bem produzido por Bruno Barreto e irmã, com ótima qualificação técnica, principalmente pela trilha musical com trechos de óperas e música clássica. É uma estréia muito talentosa e já madura, que deve encontrar seu público agora em 'home vídeo'.

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