Sentinela (2006)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006

Nota 1

O tempo todo você vai ter a sensação de que já viu este filme antes, de alguma forma, em algum lugar. Mas ele é novinho em folha, conforme se pode confirmar pelo aspecto septuagenário de Michael Douglas (que cada vez fica mais parecido com o pai Kirk Douglas).

Difícil é acreditar que a primeira dama americana, vivida pela ainda bonitona Kim Basinger, seja tomada de paixão por aquele senhor perto da aposentadoria, desafiando assim os diversos sistemas de Serviço Secreto encarregados de protegê-la.

Apesar de tudo, este thriller de suspense dirigido pelo ex-ator que virou diretor, Clark Johnson ("SWAT"), é movimentado e tolerável. Mas dá para entender porque foi grande fracasso de bilheteria nos Estados Unidos. Afinal, é mais uma história de espionagem na Casa Branca (que foi devassada de várias formas na série de tevê "The West Wing"), que usa uma frase curiosa como propaganda: em 141 anos, nunca houve um traidor no Serviço Secreto. Até agora.

Michael faz um agente especial, Pete Garrison, que em 1981 levou uma bala endereçada ao presidente Reagan, mas agora, por encobrir sua ligação amorosa com a Primeira Dama, acaba sendo suspeito de ser um traidor há muito colocado pelos russos, que agora estão cobrando a missão de matar o presidente (feito de forma inexpressiva por David Rasche, não lembrando de forma alguma o atual presidente George Bush).

Na velha tradição de "O Fugitivo" e outros filmes, é obrigado a fugir, perseguido por todos os lados, para provar sua inocência. Para complicar a situação, ele tem ainda um inimigo dentro do Serviço, já que David Breckindrige (Kiefer Sutherland combatendo terroristas como na tevê em "24 Horas") suspeita que ele teve um romance com sua ex-mulher. Eva Longoria, de "Desperate Housewives", é a charmosa mas inconvincente novata que ajuda Pete. Basta você ligar o piloto automático, pegar a pipoca e não pensar muito que dá até para assistir.