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Ficha completa do filme

Documentário

Uma Verdade Inconveniente (2006)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006
Nota 1

Vencedor de dois Oscars (Melhor Canção e Documentário) e de outros 15 prêmios, fez sucesso nos Estados Unidos (24 milhões de dólares, muito bom para o gênero) por causa de sua mensagem apocalíptica, prevenindo sobre o perigo do aquecimento global e o descongelamento dos pólos.

Na verdade, minha crítica ao filme é justamente não ser tão assustador quanto o assunto requer, diluindo o impacto das denúncias (feitas durante a gravação de uma palestra do ex-vice presidente Al Gore, que se dedica ao tema). É que de vez em quando eles fazem intervalos acompanhando Gore em suas viagens, revelando candidamente momentos de sua vida particular e problemas pessoais (quase perdeu um filho pequeno em atropelamento, a irmã morreu de câncer no pulmão enquanto o pai dele plantava fumo).

Mas não há dúvidas: ou fazemos algo urgente ou vamos ser inundando por enchentes e desordens climáticas. A terra reclama dos maus tratos que insistimos em repetir. Por isso é até melhor ler o livro de mesmo nome que é mais informativo (ou mesmo aqui no DVD, que traz novos dados e informações mais recentes).

O problema é que não posso garantir que o mundo vai agüentar até lá. Certamente a Terra e os Estados Unidos estariam em muito melhor situação se Al Gore tivesse ganhado a eleição contra Bush, naquela eleição constrangedora e embaraçosa, nunca bem explicada, dos votos da Flórida. Como se pode perceber pelo filme e por sua recente visita ao Brasil, ele é um homem sensato, discreto, que como todo político sabe se apresentar em público e falar com humor e timing precisos.

Assim, acompanhar sua palestra é fácil porque faz tudo com ironia e precisão. Chegando à conclusão nada inesperada que o tema do aquecimento global não é controverso, não há dúvidas a respeito, apenas uma campanha de desinformação provocada pelas companhias petrolíferas e que tais, mais ou menos como fizeram por anos com o cigarro.

Os interlúdios com ele fazem uma tentativa de humanizá-lo, mas também de canonizá-lo, o que não deixa de ser irritante. Quanto ao documentário realizado pelo herdeiro da famosa família Guggenheim, tem a proposta de nos assustar, informar, fazer pensar e tomar uma atitude.

Até nos letreiros finais onde dá algumas sugestões para agirmos por conta própria contra a emissão de gás carbônico. Ou seja, vamos mudar o mundo antes que ele se acabe, ou vamos pagar o preço por isso e não será nada agradável.

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