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Ficha completa do filme

Drama

Vem Dançar (2006)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/01/2006
Nota 1

Nessa época em que fazem sucesso programas de tevê com danças de salão de todos os tipos, aumenta o interesse por este filme, que também é indicado para diretores de escolas como um dos muitos descendentes de "Ao Mestre com Carinho" e "Sementes de Violência". Ou seja, é uma variação não especialmente inspirada sobre como é possível domar um grupo de alunos rebeldes com algum truque, como no caso ensinar dança de salão nas escolas públicas de Nova York.

Embora seja inspirado em fatos reais e num outro filme documentário, o muito legal "Mad Hot Ballroom" (2005), de Marilyn Agrelo, que descreve e mostra a experiência real. Só que tudo aquilo sucede com alunos da Escola Elementar, ou seja, tem no máximo 12, 13 anos. Não são como aqui rapagões de 17 anos, que a esta altura já estão mergulhados na marginalidade ou as meninas já estão grávidas (assunto não mostrado aqui).

Na verdade, o filme é um total conto de fadas. Se formos levá-lo a sério, não dá para acreditar em praticamente nada, sejam detalhes (por exemplo, os concursos de dança de salão têm regras muito restritas e jamais permitiram as exibições e variantes vistas no filme).

Ou seja, é melhor curtir o filme como uma fantasia cinematográfica, vagamente inspirada na vida de um professor real, um certo Pierre Dulaine, e se deixar embalar porque afinal de contas esse tipo de dança voltou a moda agora na televisão em diversos programas, lá fora e até aqui.

Quem faz o papel é Antonio Banderas, que não chega a dançar muito mas posa de galã latino (o que ele sabe fazer bem). Sua função é decorativa, diz alguns discursos inspiradores, ensaia uns poucos passos de um tango (onde a parceira tem todo o trabalho) mas funciona como ponto central da história.

Deste modo, o que o filme pretendem mostrar é como um grupo de alunos que está de detenção (castigo) e sem nada o que fazer, matam o tempo aprendendo a dançar. O que a princípio rejeitam, mas que aos poucos vai sendo absorvido.

E o conflito central é sobre um casal que é inimigo (o irmão dela matou o irmão dele, agora ela tem dificuldade porque a mãe se prostitui e os pais do rapaz não se recuperaram da tragédia e se embriagam. Então esta à beira da vida criminosa). Ou seja, a música e a dança deverão reabilitar não apenas esse casal mas outros desajustados: o gordo, a menina rica que não gosta do ambiente em que vive, o latino, e assim por diante.

Todos com a chance de se apresentarem num concurso e até ganharem algum dinheiro. Terem seu momento de Cinderela. Feito por uma diretora que veio do video clip (Liz Friedlander), o filme só se preocupou em ser fotogênico e agradável.

Para muita gente vai ser uma pílula difícil de engolir, dado a sua constante inverossimilhança. Rendeu 34 milhões de dólares nos EUA, o que não chega a ser um fracasso, e deve ser melhor apreciado agora em DVD. Porque a vida não é tão simples quanto o filme mostra, mas ao menos é um bom exemplo e uma fita inspiradora.

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