UOL Entretenimento Cinema
 

Ficha completa do filme

Suspense

A Estranha Perfeita (2007)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 19/09/2007
Nota 3

Há um erro na tradução do titulo. Em inglês, "Perfect Stranger", quer dizer totalmente, inteiramente desconhecido. Ou seja, ninguém é perfeito ou estranho. Não faz grande diferença porque os defeitos do filme não ficam mais ou menos evidentes. Começa incomodando já na primeira seqüência, quando a heroína visita um congressista americano e no fundo faz chantagem, dizendo que vai publicar uma matéria onde vai acusá-lo de ser gay como se isso fosse um assunto pertinente. E por que um gay não poderia ser governador? E depois ela ainda se espanta quando a matéria não é publicada. Fica revoltada e se empenha noutro projeto furado que é a vingança de uma colega de infância, que lhe havia procurado acusando um dono de agência de publicidade que a teria seduzido pela internet. Quando esta aparece morta, acha que o ele é o culpado (Willis passa o filme inteiro com uma única expressão multiuso). Não ajuda muito também Giovanni Ribisi, que faz o amigo e cúmplice (ele é o tipo do ator que eu detesto, composto, exagerado, nada humano, tudo que faz é falso, premeditado).

Enfim, este é um dos daqueles filmes de suspense feito com certa qualidade de produção (locações em Nova York, em lugares da moda, boates e restaurantes, direção de arte sofisticada). Mas com um roteiro totalmente absurdo e ridículo, construído em cima de, mais que clichês, preconceitos. Como toda vítima de abuso sexual vai se revelar um maluco perigoso, que todo nerd é hacker, outra ficção de cinema. Não é à toa que toda a critica americana foi negativa, criticando Halle Berry por seu péssimo gosto na escolha de papéis, principalmente depois de ter ganho o Oscar. Continua bonita (principalmente quando maquiada) e eficiente, mas o filme tem um final inacreditável (na verdade, dois, porque ainda por cima insiste numa revelação surpresa no último instante). É só parar para pensar um pouquinho que não fará sentido. Mas não dá para recomendar o filme que se promove como tendo sido o primeiro que foi rodado no Ponto Zero, onde existia antes o World Trade Center. Um detalhe importante: a boa trilha musical é assinada por Antonio Pinto, que é brasileiro e filho do querido Ziraldo, irmão da cenógrafa e diretora Daniela Thomas e da diretora de cinema Fabrizia Alves Pinto. Ele é famoso pela trilha de "Cidade de Deus", "Nina", "O Primeiro Dia", "Um Copo de Cólera".

Compartilhe:

    Siga UOL Cinema

    Sites e Revistas

    Arquivo