Documentário

Jogo de Cena (2007)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 02/12/2008

Nota 5

MAIS

Mais uma obra-prima de Coutinho. Depois do documentário anterior, Eduardo Coutinho me pareceu estar num beco sem saída, dentro do seu projeto de fazer documentários em cima de entrevistas.

Em "O Fim e o Princípio", ele saiu sem rumo, sem pauta, entrevistando a esmo, e o resultado foi irregular e decepcionante. Mas o mestre tinha um ás na manga: já estava trabalhando neste outro filme, onde dá uma virada, muda de caminho e envereda por uma área muito pouco explorada no cinema: o que é real e o que é interpretação?

Atrizes e pessoas reais são misturadas e se confundem, de forma que não se consegue saber exatamente onde começa a verdade e a mentira, quando estão representando ou confessando, quando a historia é real ou inventada. Ou seja, turvam-se os limites entre verdade e representação.

Mesmo quando tentamos seguir uma pista e usar alguma lógica, também iremos nos enganar. Nem mesmo Coutinho revela quem é quem neste jogo fascinante que vai direto à concepção da arte de interpretar, da criação de personagens.

O resultado além de ser hipnótico, engraçado, triste, humano e envolvente, é fascinante para qualquer um que trabalhe com teatro, cinema ou qualquer jogo cênico. Uma experiência única no mundo e que não cessa de encantar.