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Ficha completa do filme

Aventura

Batman - O Cavaleiro das Trevas (2008)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 15/12/2008
Nota 4

Esta é provavelmente a melhor adaptação de quadrinhos para o cinema, uma continuação ainda superior ao "Batman Begins", que já era bom, reunindo a mesma equipe, incluindo o diretor e o ator Christian Bale (há até mesmo uma rápida aparição do vilão do filme anterior). O filme traz uma esplêndida interpretação de Heath Ledger como o novo Coringa, que está melhor e diferente daquele criado por Jack Nicholson, no "Batman" original.

O ator australiano morto em 22 de janeiro de 2008, em conseqüência de overdose de medicamentos, teria ficado perturbado com a profundidade em que teria mergulhado em um personagem dark e perverso como este Coringa, que é um anárquico, um profeta do caos, daqueles que gostam de ver o circo pegar fogo.

O fato é que o ator realmente fez todas as opções corretas, sem nunca cair em exageros ou caretas, com uma maquiagem borrada (desenvolvida por ele mesmo), criando um tom de voz soturna e mergulhando até o fim na auto-destruição. Fala-se numa possível indicação ao Oscar para ele e até um premio póstumo. Muito possível e até merecido, mas sem dúvida carregado de ironia e tragédia.

Heath é o ponto alto de um filme de poucas falhas. Seu maior problema nem chega a ser o fato de ser longo, difícil e pesado. A única coisa que não convence, ao que parece porque o roteiro não desenvolveu as cenas para isso, é a mudança brusca de comportamento do promotor honesto e idealista feito por Aaron Eckhart, que, apesar de ter sofrido perdas, não deveria mudar tanto de lado e atitude (o efeito especial no caso é convincente, sem entrar mais em detalhes).

Também perde bastante o filme com a mudança de atriz, já que não temos mais Katie Holmes como Rachel(o que não é explicado) mas em seu lugar a esquisita Maggie Gyllenhaal (mais convincente como comediante e amiga da heroína do que como mocinha). Mas o importante é que isso não afeta o resultado total, que finalmente faz justiça à figura de Batman, conforme a revisão de Frank Miller. Ou seja, não é um super herói, não tem super poderes: é um homem comum (e por isso aparece cheio de marcas e cicatrizes, além de ferimentos) que usa sua fortuna e o que há de mais novo em tecnologia para enfrentar os bandidos que infestam Gotham City (não Nova York aqui, mas Chicago!).

Os bandidos são mafiosos que, ao terem seu dinheiro roubado, contratam o Coringa para matar Batman e livrá-los dos poucos policiais honestos da cidade, liderados pelo Tenente Gordon (Gary Oldman, na interpretação mais discreta de sua carreira, e nem por isso menos eficiente) e o promotor Harvey Dent (Aaron). O filme começa com uma seqüência muito forte de assalto a banco e depois não deixa o ritmo cair.

O diretor Nolan optou por rodar as quatro seqüências de ação e outras tantas pelo sistema de tela gigante IMAX (o que lhe da maior qualidade) e o resultado é impecável. Bale apropriou-se finalmente do personagem de Batman e utiliza não apenas o batmóvel mas também uma inovadora motocicleta. O filme é repleto de perseguições, trombadas e lutas, muitas delas feitas da maneira tradicional. Mas o importante é o clima sombrio, soturno, até mesmo trágico da história, muito diferente, até mesmo oposto daquele criado por Tim Burton e depois exagerado por Joel Schumacher, na quadrilogia original. É outro tipo de filme, menos heróico, menos idealizado, mas muito rico em sugestões e temas. Foi fenomenal sucesso de bilheteria e sem duvida é o melhor Batman.

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