UOL Entretenimento Cinema
 

Ficha completa do filme

Terror

Cloverfield - Monstro (2008)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 24/06/2008
Nota 3

Antes do lançamento, já causou algum frisson quando foi lançado trailer "O Ultimato Bourne", que apresentava a cena da cabeça da Estátua da Liberdade indo ao chão. Ainda nem tinha nome a invenção do produtor Abrahams realizada nos intervalos em que preparava o novo "Star Trek" para o cinema. Cloverfield vem do nome de uma rua perto do escritório da equipe e nada tem a ver com o monstro. Quem prestar atenção verá que é também o nome do arquivo onde esta o dvd digital que registrou os acontecimentos.

Demorou mais de dez anos, desde "A Bruxa de Blair", para sair um outro filme usando como artifício uma câmera digital que registra fatos e acaba sendo a única narradora da historia, com todas suas limitações. Ainda que não tenha um baixo orçamento, tendo custado US$ 25 milhões, procura nos dar algumas visões do monstro atacando Nova York numa estética sempre inusitada e incompleta. O projeto teve prestigio e boa reação inicial, mas depois decepcionou o público.

Com um elenco pequeno, mas eficiente, o filme começa com um grupo de amigos numa festa. O herói (desconhecido da série "Black Donnellys") briga com a namorada e depois se arrepende. É quando estoura uma bomba ou coisa que o valha. Na confusão, surge a cabeça arrebentada da Estátua da Liberdade. É um grande começo depois de uma preparação longa demais. Mesmo assim, a gente só sabe o que personagens ficam cientes em meio ao caos. O filme não explica o que é o monstro que esta atacando a cidade. Só se sabe que é preciso fugir para fora da ilha de Manhattan.

O herói vai, então, em busca da namorada num arranha-céu do Columbus Circle. O enredo peca, já que não faz muito sentido o irmão dele, que segura a câmera, e duas amigas também querem acompanhá-lo à região atacada pelo monstro. Depois de enfrentar alguns obstáculos, como uma espécie de aranhas vorazes e mortais saídas, eles vão resgatar a moça num prédio tombado em cima do edifício vizinho.

A essa altura, já deu para sacar que não é um filme-catástrofe como os outros, que não teremos finais felizes, nem resoluções românticas que possam durar muito. Ou seja, estamos longe do outro Godzilla e suas convenções. Nem por isso deixa de ter suspense e emoção, graças à condução do diretor Reeves (da série "Felicity " e de "O Primeiro Amor de um Homem", com Gwyneth Paltrow e David Schwimmer).

Curioso é que o filme tenha sido concebido por um produtor famoso e consagrado como J. J. Abrams (de "Lost") e não por algum jovem independente em busca da sua oportunidade. De qualquer forma, o monstro fica na memória e se situa entre os mais tenebrosos que já assustaram as nossas telas. Pena que seu público alvo, os adolescentes, esteja se decepcionando com o resultado.

Compartilhe:

    Siga UOL Cinema

    Sites e Revistas

    Arquivo