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Ficha completa do filme

Animação

Wall-E (2008)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 25/12/2008
Nota 5

Não se pode acusar a Pixar de viver às custas de suas glórias passadas e ter medo do novo. "Wall-E" é um filme de animação com muito pouco diálogo e por isso mesmo com várias citações explicitas de "2001, uma Odisséia no Espaço", de Kubrick (que crianças não devem ter a menor idéia do que seja). Também um pouco de "Alien" (inclusive Sigourney Weaver faz a voz do computador do Navio, mas quase tudo é limitado a sons mecânicos criados por Ben Burtt) e ainda mais claramente, do musical "Alô, Dolly" (em particular da canção "Put on you Sunday Clothes").

Mais comédia romântica e ficção cientifica do que simplesmente comédia, o novo filme de Andrew Stanton ("Procurando Nemo") talvez encante mais os adultos do que crianças, o que por si só é um problema comercial. Ele rendeu no Brasil metade do que Kung Fu Panda! Nem por isso deixa de ser encantador e adorável. O nome que evidentemente se traduz por Wally é um pequeno robô especializado em limpeza, que continua funcionando mesmo depois dos humanos terem deixado a Terra, que havia se tornado um grande depósito de lixo inabitável.

O ano é 2700 e ele vive sozinho fazendo sua missão, mas também se encantado com o filme antigo que reproduz continuamente e que lhe serve de instrutor quando aparece um robô feminino de última geração, a Eve. Naturalmente ele se apaixona por ela, mas sua amada é recuperada por uma nave mãe e Wally a segue, começando um novo capítulo da história. Nesse planeta-nave, os humanos se tornaram tão obesos que mal conseguem caminhar e são totalmente dominados por computadores (como em 2001, chegando-se a ouvir o tema de Zaratrusta).

O filme cai um pouco em lugares comuns, virando sátira leve e fita de perseguição. Mas é tecnicamente muito bem realizado, poético e completamente diferente de tudo que a Pixar fez antes. Wall-E, na verdade, quer dizer "Waste Allocation Load Lifter - Earth Class", ou seja no fundo ele é um lixeiro. Obviamente não é para perder.

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