UOL Entretenimento Cinema
 

Ficha completa do filme

Drama

Estão Todos Bem (2009)

Resenha por Márcio Ferrari

Márcio Ferrari

Da redação 07/06/2010
Nota 3
Estão Todos Bem

Não passou nos cinemas esta refilmagem do longa italiano ''Estamos Todos Bem'' (1990), assinada pelo inglês Kirk Jones. O original foi dirigido e roteirizado por Giuseppe Tornatore, autor do celebremente lacrimoso ''Cinema Paradiso''.

Este também é para chorar e não poupa esforços para isso. O protagonista da história é Frank Goode (Robert De Niro), um homem à beira da velhice, viúvo há oito meses, que não consegue reunir os quatro filhos, espalhados pelos Estados Unidos, para um churrasco. Decide então ir ao encontro deles, desobedecendo recomendações médicas.

O primeiro filho, artista plástico, ele não encontra, o que prenuncia tragédia. Os outros três dão um jeito de dispensá-lo rapidamente. A filha bem-sucedida na profissão (Kate Beckinsale) passa por uma situação familiar complicada. O que queria ser maestro (Sam Rockwell) se revela um modesto percussionista de orquestra sinfônica. A que trabalha como dançarina em Las Vegas (Drew Barrymore) vive às voltas com uma amiga e um bebê. Todos estão escondendo fatos sobre si mesmos, e o velho pai percebe.

Enquanto ele viaja de um lado para o outro, os filhos conversam por telefone sobre como mantê-lo na ignorância a respeito das razões do desaparecimento do irmão mais velho. Esses diálogos são ouvidos enquanto na tela aparecem os fios de telecomunicações que acompanham as estradas do país. Isso porque o personagem central se orgulha de ter trabalhado na produção de revestimentos de PVC para cabos telefônicos, o que permitiu o custeio dos estudos de seus filhos e causou sua doença nos pulmões. Um requinte melodramático.

Quando Goode tem a crise previsível, começa a etapa de apoteose sentimental, com uma sequência de sonho (ou delírio) particularmente constrangedora. Como acontece às vezes nos filmes que não têm como disfarçar seus truques, surgem qualidades no varejo. De Niro, por exemplo, está bem melhor e mais à vontade do que em outros filmes recentes.

A fotografia é muito inspirada (quem assina é Henry Braham, o mesmo de ''A Bússola Dourada''). E há alguns achados no roteiro (por exemplo os comprimidos esmigalhados, a barulheira das rodinhas da mala durante o ensaio da orquestra, o diálogo com o médico). Uma bonita canção original de Paul McCartney, ''(I want to) Come home'', toca durante os créditos finais. Os extras do DVD trazem uma seleção de cenas excluídas e um pequeno documentário em que McCartney mostra como foi compor e gravar a canção.

Compartilhe:

    Siga UOL Cinema

    Sites e Revistas

    Arquivo