UOL Entretenimento Cinema
 

Ficha completa do filme

Aventura,Drama,Romance

O Menino da Porteira (2009)

Resenha por Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 25/08/2009
Nota 2

Em 1976, o mesmo diretor Jeremias fez uma versão mais modesta desta mesma historia e canção, estrelada por Sérgio Reis que fez uma boa carreira comercial com mais de quatro milhões de espectadores.

Agora ele retoma o mesmo tema e como o mesmo produtor Moracy do Val, realizando uma super produção (que foi rodado em grande parte em Paulínia, no Pólo de cinema). Obviamente a refilmagem aconteceu por causa do êxito de ''Os Dois Filhos de Francisco''. Tanto que chamaram para estrelá-lo um famoso intérprete do gênero, Daniel (ao mesmo tempo ele aceitou fazer outro papel de boiadeiro numa telenovela da Globo).

Ele tem uma imagem de bom moço, tem uma personalidade decente e afetuosa. Mas resulta neutro, nem tenta interpretar, faz uma variante de si mesmo, falando pouco e sem imprimir uma personalidade marcante. Embora a direção pudesse ter lhe poupado o momento em que interpreta ''Disparada'' de Geraldo Vandré (uma músicaligada ao Festival da Record, à interpretação de Jair Rodrigues e que não existia ainda quando a historia se passa). Claro que é licença cinematográfica mas provoca um mau estar desnecessário no espectador.

O problema maior porém é o roteiro muito mal alinhavado, que não sabe desenvolver nenhum personagem. Nem mesmo o romance com a filha do dono da fazenda (o herói mal olha para atrás quando vai embora) ou mesmo a relação com o menino (outro que não deixa impressão maior). Não gosto da fotografia escura, como se estivéssemos num faroeste de Clint Eastwood. O filme pretende ser popular, romântico, de ação e me parece lógico que fosse menos realista e mais visível.

Também resultou curto, já que não explora todas as possibilidades das intrigas e conflitos. As cenas de ação são truncadas e mesmo o estouro da manada fica muito fraco na edição final. Não tem antagonista e o filme tem apenas um grande vilão (Zé de Abreu, o melhor do filme), embora não se entenda porque naquela casa não tenha uma mãe, uma presença feminina, ao menos para aprofundar conflito. Parece que eles moram no terraço. Os personagens secundários são todos mal desenvolvidos embora vários tivessem possibilidades como O ZeDu Neves fazendo o motoqueiro. Ou a sempre adorável Rosi Campos como alívio cômico. Até que o público teve boa vontade fazendo uma bilheteria média. Mas algo deu errado que o deixou fraco e decepcionante.

Compartilhe:

    Siga UOL Cinema

    Sites e Revistas

    Arquivo