Soldado Universal 3: Regeneração (2009)

Otávio Moulin

Da redação 05/02/2010

Nota 3

Chuck Norris curte sua aposentadoria, mas outros valentões dos anos 80 continuam no jogo e fazem o que podem para se manter em destaque no concorrido mercado de vídeo. Steven Seagal filma como louco e estrela uma média superior a quatro filmes por ano; Jean-Claude Van Damme tentou se reinventar com o tragicômico ''JCVD'' enquanto Dolph Lundgren virou diretor de suas próprias fitas, sempre filmadas na Bulgária para minimizar custos. E agora os dois últimos se reúnem para ressuscitar ''Soldado Universal'', uma produção de considerável sucesso em 1992 realizada pela falecida Carolco.

''Soldado Universal 3: Regeração'' já não conta com mais ninguém da equipe original, a não ser pelos dois brutamontes. Também ignora a existência da segunda parte, ''Soldado Universal: O Retorno'', estrelada pelo belga em 1999, e também de dois telefilmes canadenses pouco lembrados.

Os direitos da marca foram parar na mãos de investidores que apostaram na figura do lutador de vale-tudo Andrei Arlovski, um sujeito inexpressivo que ganha primeiro lugar nos créditos mesmo em um papel de vilão, deixando os nomes de Van Damme e Lundgren apenas para legitimar a empreitada.

Na história, Arlovski é o mais novo modelo do programa UniSol, que ressuscita soldados caídos em combate com força e habilidades fora do comum e é usado para um golpe separatista na Rússia. O personagem de Van Damme, Luc Deveraux, é um dos poucos da primeira linha que ainda vivem e é acionado para resolver o problema, mas deve encarar também um Andrew Scott, personagem de Lundgren, repaginado.

Ainda que não consiga fazer frente ao original, ''Soldado Universal 3: Regeneração'' surpreende. É uma aventura acima da média entre os produtos voltados para o mercado de DVD, feito com pouco dinheiro e muita habilidade. O esforçado diretor John Hyams é filho do veterano Peter Hyams, o mesmo de ''Outland - Comando Titânio'' e "Time Cop", que também participa do projeto como diretor de fotografia. O trabalho de ambos gera uma experiência eficaz e de identidade própria, o que é raro neste meio.

Os fãs da pancadaria não devem se decepcionar. A entrada de Arlovski ao menos rendeu lutas mais realistas, com uso de agarrões, submissões e outras técnicas vistas no vale-tudo, em uma montagem que valoriza as habilidades dos participantes. Van Damme e Dolph Lundgren, mesmo com a idade, ainda convencem e criam um bom duelo de presenças, ainda que o mocinho exagere no uso de dublês em algumas ocasiões.