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Diretor uruguaio quer que coprodução brasileira de novo filme seja reconhecida

Cena mostra Jorge Esmoris no papel de Artigas, o libertador do Uruguai, em "La Redota, Una História de Artigas", filme que concorre entre os longas internacionais - Divulgação
Cena mostra Jorge Esmoris no papel de Artigas, o libertador do Uruguai, em "La Redota, Una História de Artigas", filme que concorre entre os longas internacionais Imagem: Divulgação

Mariane Zendron

Do UOL, em Gramado (RS)

12/08/2012 19h04

Os realizadores do filme “Artigas, La Redota” vieram a Gramado com mais uma missão além de participar da competição de longas estrangeiros. Eles fazem na cidade um apelo para que o filme seja reconhecido pela Ancine (Agência Nacional do Cinema) como uma coprodução brasileira. Seu diretor, Cesar Charlone, é uruguaio, mas mora no Brasil há 40 anos. É conhecido por ter feito a fotografia de “Cidade de Deus” (2002) e dirigido “O Banheiro do Papa” (2007).

Além de ter o diretor radicado no Brasil, “Artigas” tem vários brasileiros trabalhando na produção e no elenco. “Tentamos obter recurso no Brasil para fazer a pós-produção, mas não conseguimos e tivemos que pagar  com nosso dinheiro. Agora não queremos mais recurso, queremos o reconhecimento porque o filme também é brasileiro”, disse Daniela Antonelli Aun, produtora-executiva do longa, em conversa com jornalistas neste domingo (12). 

O roteiro do filme, no entanto, se concentra nas raízes do povo uruguaio por contar parte da trajetória de José Gervasio Artigas, herói nacional que lutou pela libertação do país contra o domínio europeu, no século XVIII.  A história é contada a partir do famoso pintor Juan Manuel Blanes, que recebeu a encomenda de retratar o revolucionário 30 anos após sua morte. Com o quadro, os militares queriam pacificar o país. Para realizar a tarefa, Blanes dispõe de esboços realizados por Guzmán Larra, espião espanhol contratado para assassinar Artigas.

O diretor contou que teve cuidado para não cometer erros históricos, tamanha é a importância de Artigas para o Uruguai. No entanto, o filme teve licenças históricas, como definiu o diretor, já que o espião espanhol é um personagem fictício. Provocador, a produção causou muita polêmica no Uruguai, mas foi a mais vista do ano em seu país, segundo Charlone. Ainda não há previsão de estreia no Brasil.