Topo

Obama diz que ataque norte-coreano não foi ato de guerra, mas de vandalismo

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a se pronunciar sobre o ciberataque à Sony - Carolyn Kaster/ AP
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, voltou a se pronunciar sobre o ciberataque à Sony Imagem: Carolyn Kaster/ AP

21/12/2014 15h45

O presidente americano Barack Obama afirmou em uma entrevista ao canal CNN, que será exibida neste domingo (21), que o ataque cibernético contra a Sony Pictures, que Washington atribui à Coreia do Norte, é "ciber vandalismo", e não um ato de guerra.

"Não, eu não penso que foi um ato de guerra. Eu penso que foi um ato de ciber vandalismo que custou muito, foi muito caro. Nós levamos muito a sério", disse o presidente, segundo trechos da entrevista exibidos de maneira antecipada, a respeito do ataque virtual que atingiu a Sony no fim de novembro.

Washington culpa Pyongyang pelo ataque a Sony, que permitiu a divulgação de e-mails embaraçosos de executivos da empresa e obrigou o estúdio a cancelar o lançamento da comédia "A Entrevista".



O filme, uma paródia que mostra um complô da CIA para assassinar o dirigente norte-coreano Kim Jong-un, irritou Pyongyang.

Diante da polêmica suspensão da estreia, vários políticos nos Estados Unidos consideraram que a Coreia do Norte realizou um ato extremamente agressivo.

Obama, que criticou o cancelamento da estreia, evitou classificar o ataque cibernético como um ato de guerra, mas advertiu que os Estados Unidos precisam adotar medidas contra este tipo de ação.

"Neste novo mundo, nós estaremos em um ambiente no qual tantas coisas são digitalizadas que os atores estatais e não estatais terão a capacidade de perturbar nossas vidas de todos os tipos de maneiras", completou Obama no programa "State of the Union with Candy Crowley".

FBI acusou Coreia do Norte

O FBI, órgão federal de investigação dos Estados Unidos, anunciou nesta sexta-feira que a Coreia do Norte foi responsável pelo ataque hacker à Sony Pictures.

"Como resultado da nossa investigação e em colaboração com outros departamentos e agências do governo, o FBI agora tem informações suficientes para concluir que o governo da Coreia do Norte é responsável por essas ações", disse a agência em comunicado. "Estes atos de intimidação são um comportamento inaceitável de um Estado", acrescentou o texto.

Segundo o FBI, a conclusão se baseia em análise técnica do malware usado no ataque, que tem ligação com o programa usado por agentes coreanos em outras ocasiões. Além disso, também foram identificadas coincidências entre a infraestrutura usada no ataque e outras ações cibernéticas maliciosas que o governo americano atribui diretamente à Coreia do Norte.

O país asiático negou o envolvimento no caso e chegou a propor uma investigação conjunta, mas Washington manteve a posição. "Se o governo da Coreia do Norte quer ajudar, têm que admitir sua culpabilidade e compensar a Sony pelos danos que este ataque causou", indicou em declarações à Agência Efe, Mark Stroh, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.