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Filho de Bruce Willis em novo "Duro de Matar" diz que não achava a franquia "nada de especial"

Bruce Willis e Jai Courtney vivem pai e filho em novo capítulo da franquia "Duro de Matar" - Divulgação
Bruce Willis e Jai Courtney vivem pai e filho em novo capítulo da franquia "Duro de Matar" Imagem: Divulgação

Ian Spelling*

Do Hollywood Watch

19/02/2013 05h00

Jai Courtney tinha só dois anos quando o original "Duro de Matar" (1988) explodiu nos cinemas e elevou Bruce Willis ao estrelato no papel de destemido policial John McClane.

Vinte e quatro anos depois e veja só, lá está o australiano interpretando seu filho em "Um Bom Dia para Morrer", o quinto filme da lucrativa franquia, que estreia no Brasil em 22 de fevereiro.

"Acho que 'Duro de Matar - A Vingança' (1995) foi o primeiro que me lembro de ter visto", conta ele, "e não achei nada de especial a não ser pelo fato de ter uma ação boa. É claro que nem em sonho podia saber o que ia acontecer. Na época, era só alegria".

"Óbvio que já sabia que era uma franquia de sucesso", continua. "É 'Duro de Matar', cara. Você cresce assistindo a essas coisas. Eu não era fã de carteirinha, mas curtia. Só quando surgiu a possibilidade de fazer o filme é que tive que me familiarizar bem."

Courtney é conhecido do público norte-americano graças a seus dois trabalhos anteriores: como Varro, na série "Spartacus" (2010) e, mais recentemente, como Charlie, enfrentando Tom Cruise em "Jack Reacher: O Último Tiro".

O TESTE

  • DivulgaçãoFrank Masi/Fox

    Courtney explica que tinha acabado as filmagens de "Jack Reacher" quando recebeu uma ligação. O ator só ficaria um dia em Los Angeles antes de voltar para a Austrália, mas seu agente o aconselhou a usar o tempo que tinha fazendo o teste para o papel de Jack McClane, filho de Willis.

    "Ele disse: 'Não encontraram o cara certo ainda. Aproveita que você está na cidade, vão gostar de conhecê-lo'", conta. "Concordei e resolvi aceitar a sugestão porque já tinha feito a leitura alguns meses antes e, como em qualquer outro teste, nada aconteceu.

    "Fui lá, fiz o que tinha que ser feito, deu tudo certo e fui para o aeroporto", prossegue."Já estava quase embarcando quando o cara liga de novo e diz: 'Esquece o voo. Querem que você faça outro teste com o Bruce.'"

    Dois dias depois, Courtney se viu num estúdio com Willis e o diretor John Moore. Os três passaram uma hora e meia batendo papo para se conhecerem melhor e trabalharam em algumas passagens entre pai e filho. E ele confessa que se surpreendeu com a simplicidade da coisa.

    "Só lembro que foi bem divertido", comenta."Ficamos bastante tempo em cada cena, repassando cada uma como se estivesse no set. John dirigindo, Bruce e eu brincando e improvisando um pouco. Saí de lá pensando tipo, aconteça o que for, já valeu a pena pelo lance superlegal e positivo de ter feito aquilo com o Bruce."

    "Melhor ainda que, no fim, deu tudo certo!"

No novo filme da série de ação, McClane vai a Moscou para buscar o filho, Jack, que foi preso ‒ e não demora para descobrir que o rapaz estava trabalhando disfarçado para proteger um delator. Naturalmente, uma vez que é um "Duro de Matar", logo pai e filho têm que deixar suas diferenças de lado para enfrentar correrias, pulos, tiroteios e explosões.

Elenco e equipe técnica passaram cinco meses filmando na Hungria, com Budapeste fazendo as vezes da capital russa. Foi a primeira experiência de Courtney com um arrasa-quarteirão hollywoodiano e ele confessa que adorou o clima de empolgação, a novidade e, sim, o caos de rodar uma produção dessa escala, com helicópteros militares, perseguições de carro e explosões de prédios inteiros.

"A gente se divertiu muito, cara", ele conta. "Foi uma trabalheira danada também, mas eu estava ali para encarar o desafio e lidando com gente muito legal. Caí de cabeça mesmo e tentei aproveitar, me divertir e também trabalhar o máximo possível, o tempo todo, e espero que tenha valido a pena."

"Bom, acho que valeu, sim", ele completa. "Vi o filme outro dia e fiquei bem satisfeito porque ele se encaixa direitinho no padrão da franquia: é divertido, é engraçado, cheio de ação e também tem um lado sentimental, que explora o relacionamento entre Jack e John, óbvio."

Willis completa 58 anos em março e embora esteja em boa forma, não vai poder encarnar John McClane para sempre. Courtney está sendo preparado para perpetuar a série?

Para ganhar tempo, o ator conta que sempre ouve a mesma pergunta. E responde com cautela.

"Digo sempre a mesma coisa, ou seja: 'Ah, claro, é uma coisa que me interessa'", responde ele, "mas não consigo me imaginar fazendo um desses sem a presença do Bruce. Ele É a franquia. Quando chegar a hora, a gente vê o que faz".

Trailer legendado de "Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer"

No momento, com "Um Bom Dia para Morrer" prestes a estrear, Courtney parece estar se preparando para conquistar um lugar em Hollywood. E embora tenha voltado para a Austrália para rodar o terror "I, Frankenstein" e um suspense policial chamado "Felony", o jovem agora mora em Los Angeles e anda lendo muitos roteiros, ansioso para descobrir o próximo projeto.

Já quanto à realidade da vida de celebridade, Courtney admite que não sabe bem como se preparar.

"Não tenho ideia se estou pronto ou não", ele diz. "Na verdade é difícil saber se preparar para uma coisa dessas porque não sei o que esperar. Os jornalistas, meus amigos ficam me perguntando isso, mas não sei o que dizer. Vou ter que ver o que acontece primeiro para depois ver se sei o que fazer."

"Pelo meu instinto, o negócio é me basear nos meus valores e manter a integridade acima de tudo", ele reflete. "Não estou nem um pouco interessado nessa ideia de ser famoso e tal. Nunca foi uma coisa com que me preocupei, mas sei que é consequência quando você trabalha direito. Não dá para ter um ser ter o outro."

"Vamos ver", Courtney conclui. "Esse vai ser um ano bem interessante, não há dúvida."

*Ian Spelling é jornalista freelancer em Nova York