Para diretor, filme no sertão com Cauã Reymond é "punk do cangaço"
Embora o painel do filme "Reza a Lenda" na Comic Con Experience tenha contado com a participação do ator Cauã Reymond, boa parte do público presente não estava lá para ver o galã. A maioria, aliás, nem sabia do que se tratava o filme e entrou com antecedência no auditório Cinemark apenas para marcar lugar para os próximos painéis.
A julgar pela reação, no entanto, a maioria da plateia não se arrependeu de ter chegado cedo. Além de Cauã, o painel contou com a participação do diretor Homero Olivetto e do produtor de elenco Francisco Accioly. O filme conta a história de um grupo de motoqueiros que vagam pelo sertão brasileiro em busca de uma estátua de uma santa capaz de acabar com a seca no deserto.
O trailer do longa, já divulgado, suscitou comparações com o filme "Mad Max", mas o diretor fez questão de rejeitar logo de cara o paralelo, embora acredite que a estética árida remeta à superprodução de Hollywood. "A história não tem nada a ver com 'Mad Max'", afirmou. "Prefiro dizer que o longa é do estilo 'punk do cangaço' ou 'punk sertanejo'".
Já Cauã consegue enxergar mais semelhanças. "Vejo semelhanças do filme com 'Mad Max', principalmente o cenário árido do sertão, que não precisa ser necessariamente o brasileiro, já que se trata de um filme de ficção", afirmou. "Meu personagem perde os pais ainda criança e é adotado por um padre missionário que cria um monte de crianças. Depois que elas crescem, elas se transformam nesse grupo de motoqueiros que busca a santa milagrosa", explicou o ator.
O ator falou ainda sobre a experiência de pilotar uma moto para o papel. "Tirei carteira de moto um mês antes só para poder pilotar no filme. No dia da prova teórica, o instrutor me reconheceu e disse: 'Você é o Cauã, não é? Toma cuidado que o Dudu Nobre fez a prova antes de você e reprovou'", brincou o ator.
Durante o painel, Olivetto apresentou os sete minutos iniciais de "Reza a Lenda", com cenas que mostram duas amigas dirigindo por uma estrada deserta à noite, quando sofrem um acidente após encontrarem o grupo de motoqueiros. Segue-se, então, um capotamento feito totalmente com efeitos especiais. "Tivemos três grandes cenas com efeitos especiais no longa e essa foi uma delas", explicou o diretor.
Público dividido
Na plateia do auditório Cinemark, não havia consenso entre o público sobre as semelhanças com "Mad Max". Guilherme Danebeles, 19, de Valinhos (SP), entrou na sala sem saber qual seria o painel e ficou surpreso com o resultado do filme. "Gostei muito do trailer. Tem muita ação. Eles mostraram bastante coisa do filme nesses sete minutos. Achei bem parecido com 'Mad Max'. Embora a história seja diferente, ele lembra bastante", contou.
Outro participante, Marlon Bandeira, 29, de São Paulo, entrou na sala curioso para saber do que se tratava a produção. "Só fiquei sabendo o que era aqui dentro, mas não achei parecido com 'Mad Max'. Para mim, eles estão querendo compará-lo com algo diferente para destacá-lo. Mas o roteiro, a história, enfim, tudo é diferente. Fiquei muito interessado".
Por volta das 17h, o auditório Cinemark já estava lotado e uma imensa fila do lado de fora já tinha se formado com pessoas aguardando a vez para entrar. A dica para quem for visitar a Comic Con nos próximos dias é chegar cedo e garantir o lugar na fila caso queira acompanhar alguns dos painéis mais concorridos do dia.
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