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Diretor de cinema italiano Ettore Scola morre aos 84 anos

Ettore Scola (centro de branco) com as filhas e os netos no Festival de Veneza de 2014 - Arquivo pessoal Silvia Scola
Ettore Scola (centro de branco) com as filhas e os netos no Festival de Veneza de 2014 Imagem: Arquivo pessoal Silvia Scola

Do UOL, em São Paulo*

19/01/2016 20h44

O diretor de cinema italiano Ettore Scola, autor entre outros filmes de "Um Dia Muito Especial" e "Nós Que Nos Amávamos Tanto", morreu nesta terça-feira (19) em Roma, aos 84 anos - noticiou a imprensa italiana, citando fontes médicas.

Nascido em 1931, Ettore Scola era um dos últimos grandes mestres do cinema italiano, diretor de obras-primas com atores como Marcello Mastroianni, Sophia Loren, Vittorio Gassman e Nino Manfredi. O diretor morreu no hospital Policlino, onde estava em coma desde domingo. 

A estreia do diretor ocorreu em 1964 com a comédia  "Fala-se de Mulheres" (Se permettete parliamo di donne). Após 10 anos, ele ganhou o Prêmio César de melhor filme estrangeiro com "Nós que Nos Amávamos Tanto" (Cïeravamo tanto amati). No Festival de Cannes, Scola venceu na categoria de melhor diretor por "Feios, sujos e malvados" (Brutti, sporchi e cattivi-1976) e por melhor roteiro com "O Terraço" (La Terraza-1980).

Outros de seus trabalhos são "Um Dia Muito Especial" (Una giornata particolare-1977) e "A Família" (La Famiglia - 1987). Seu último filme foi "Que Estranho Chamar-se Federico", de 2013, onde homenageia Federico Fellini. 

Em 2014, em entrevista ao UOL, a filha do diretor Silvia Scola disse que foi a proposta de homenagear o amigo Federico Fellini (1920-1993) nos 20 anos de sua morte que fez com que ele aceitasse deixar temporariamente a aposentadoria anunciada há mais de dez anos.
 
"Meu pai aceitou pela amizade e o carinho que o ligavam ao grande diretor, apesar de não filmar há dez anos e de ter declarado que queria se retirar à vida privada", contou Silvia Scola. 

O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, lamentou a morte do diretor. De acordo com Renzi, Scola dominava a "incrível capacidade de leitura da Itália, desde sua sociedade até suas mutações, sentimentos ao longo do tempo e consciência social". "Deixa um enorme vazio na cultura italiana", comentou o premier.

O cineasta deixa as filhas Paola Scola e Silvia Scola, que também seguiram carreira no cinema italiano. 
 
*Com agências internacionais.