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"Somos super-heróis e temos egos gigantes", diz Chris Hemsworth, o Thor de "Os Vingadores"

Chris Hemsworth (Thor) e Chris Evans (Capitão América) lutam juntos em cena de "Os Vingadores" - Divulgação
Chris Hemsworth (Thor) e Chris Evans (Capitão América) lutam juntos em cena de "Os Vingadores" Imagem: Divulgação

Ana Maria Bahiana

Do UOL, em Los Angeles

24/04/2012 07h00

Como filho do meio de uma trinca de meninos, Chris Hemsworth conhece muito bem os “problemas de família” que afetam Thor, o super-herói que o transformou num astro internacional. “A sorte é que nossos pais viajavam muito e incentivavam a conhecer culturas diferentes, interagir com as pessoas”, diz o australiano de Melbourne. “Porque nós três somos pavio curto e teimosos…” E os três são atores, o que complica ainda mais as coisas: Liam, irmão caçula de Chris,  estrelou “A Última Música” em 2010 e, este ano, “Jogos Vorazes”;  Luke, o mais velho, é um astro de cinema e TV na Austrália. “Somos muito competitivos”, diz Chris. “Mas numa boa. E ei! Só eu sou Thor na família!”.
 

UOL - Qual a parte mais difícil de ser um Vingador?
Hemsworth -
Deixar de lado seu ego e aprender a trabalhar em conjunto. Afinal, somos todos super-heróis e, portanto, temos egos proporcionalmente gigantescos.

UOL - Qual o seu super-herói favorito?
Chris Hemsworth -
Nos “Vingadores”? Adorei o que Mark Ruffalo fez com o Hulk. Muito inteligente, muito sutil... o que não é uma palavra que em geral a gente associa com o Hulk [ri muito]. Mas por isso mesmo: a  vulnerabilidade do personagem ficou aparente, a empatia com a plateia, ou pelo menos comigo, foi imediata. Mas, em termos mais gerais, eu sou mesmo fã de “Senhor dos Anéis”.

UOL - Por que os super-heróis continuam fascinando o público?
Hemsworth -
Hummm… talvez porque sejam maiores que a própria vida. Porque tem personalidades distintas, com elementos muito humanos, mas numa escala muito maior, gigantesca. Você vê que, através da história, a humanidade sempre gostou de mitos e histórias com pessoas capazes de coisas absolutamente extraordinárias, heroicas.

UOL - O seu “outro” Thor, no filme de Kenneth Branagh, era um pouco diferente, mais, digamos assim, shakespeariano. Como você vê essas mudanças no tom do seu personagem?

Hemsworth - São diferença normais… Diretores diferentes, roteiristas diferentes… Joss [Whedon, diretor de “Os Vingadores”] tem uma abordagem mais pelo lado do humor. E era importante também que houvesse uma certa simplicidade, na medida do possível, porque afinal se tratam de super-heróis… [risos]. Em algumas cenas em que Thor está com os outros Vingadores, ele não usa capa. Porque isso o tornaria muito diferente dos outros e, francamente, um pouco ridículo. A mesma coisa se aplica à linguagem. Em Asgard, é tudo bem se Thor fala como um personagem de Shakespeare, como todos os outros personagens de lá. Mas entre os Vingadores, ficaria esquisito demais. Quando por acaso Thor fala, na Terra, como ele fala em Asgard, é uma escolha deliberada do diretor, para enfatizar sua ingenuidade. Ele não sabe quase nada dos humanos, coitado!

UOL - Você fez suas próprias cenas de luta?
Hemsworth -
Fiz o máximo que eu pude. Ei! Eu cresci com dois irmãos, lutar não é problema para mim! Se fizemos tudo certo, a plateia vai achar tudo super intenso e violento. Mas, na verdade, é uma coreografia cuidadosamente planejada. Se você faz os passos corretamente, ninguém se machuca. O pior, para o meu personagem, é voar. Ensaiar acrobacias aéreas com cabos não é nada fácil, e até você acertar são muitos voos contra o teto ou as paredes.

UOL - Qual o problema do seu irmão do filme, Loki?
Hemsworth -
Ah… problemas de família, não é? São sempre os piores e mais complicados. Thor, consciente de sua responsabilidade de irmão mais velho, não compreende muito bem o que aconteceu – neste filme ele ainda está se perguntando como isso foi acontecer e por que. E meu pai me despachou para trazer esse irmão caçula de volta, mas, infelizmente ele está um pouco doido. Mexer com alienígenas hostis causa esses problemas.