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Pattinson diz que a invasão física da imprensa de celebridades é a única coisa que o perturba

Robert Pattinson em cena de "A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2" (2012) - Divulgação
Robert Pattinson em cena de "A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2" (2012) Imagem: Divulgação

Eduardo Graça

Do UOL, em de Los Angeles

15/11/2012 05h00

A partir de quinta (15) os fãs brasileiros poderão finalmente conferir “A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2”, o derradeiro tomo da série criada pela escritora mórmon Stephenie Meyer em torno do triângulo amoroso entre o vampiro Edward (Robert Pattinson), a agora também vampira Bella (Kristen Stewart) e o lobisomem Jacob (Taylor Lautner). O romantismo ultrapassou o limite da tela quando os protagonistas Pattinson e Stewart iniciaram um romance, terminado de forma abrupta este ano por conta da revelação de fotos dando conta do caso da atriz de 22 anos com seu diretor em “Branca de Neve e o Caçador”, Rupert Sanders, 41 anos, casado com a modelo e atriz Liberty Ross, 34, mãe de seus filhos. Detalhe: Ross fazia a madrasta má na transposição do conto de fadas para o cinema.

Quando Pattinson, 26 anos, entra na suíte do hotel em Beverly Hills para conversar com a reportagem do UOL, a dupla já havia reatado o namoro. A primeira pergunta para o ator, principal nome dos próximos projetos de Werner Herzog e David Cronenberg (respectivamente “Queen of the Desert” e “Maps to the Stars”, ainda sem títulos em português), foi sobre como ele via a imprensa norte-americana depois de meses nas capas de revistas de fofocas e enfrentando o sofá de praticamente todos os apresentadores de TV do país, interessados em dar conselhos, saber como ele suportou a traição pública e se haveria futuro na relação com Stewart depois do fim da franquia “Crepúsculo”. Aqui você lê os trechos mais interessantes da conversa.

Imprensa marrom
“Sempre fui fascinado pelo universo das revistas de celebridades por um motivo específico: é a área do jornalismo em que se produz ficção de forma mais sistemática, sem compromisso algum com a realidade. Se você se irritar, pode querer processar a revista uma semana sim, a outra também. É uma insanidade. As pessoas parecem não se importar mais, virou algo banal”

Perseguições
“Não há nada que eu possa fazer em relação à tentativa, por esta parte da imprensa, de transformar minha vida numa cena da novela das oito. A única coisa que de fato me perturba é a invasão física, é quando me esperam na entrada ou na saída de casa ou de algum local público. Sei que você se torna um ator mais respeitado quando sai do radar deste tipo de revista, mas, de novo, não há muito o que eu possa fazer. Nem mesmo quando a pessoa infringe a lei! Outro dia uma pessoa tirou fotos minhas em determinada situação e vi que poderia finalmente processá-la. Mas o caso é tão complicado, demora em média quatro anos e você arrisca criar um precedente perigoso se perder na Justiça, complica a vida de todos os seus colegas. Não quero ser esta pessoa em Hollywood”.

Preocupação
“Para os meus fãs, só digo uma frase, e repito: gente, eu estou bem. Eu estou bem!”

Os fãs
“Agora, no fim da franquia, os fãs estão parecidos uns com os outros. No início eles eram bem diferentes. No Japão, por exemplo, eram silenciosos. Eu saía do carro, esperava gritos e nada. Um silêncio completo. Agora mudou, eles já gritam quase tanto quanto os mexicanos. Lembro que uma vez na Cidade do México tentaram arrombar a porta do nosso carro. A gente tinha esquecido de trancar e enquanto uns forçavam a porta, outros pulavam em cima do automóvel. Meu agente teve de literalmente chutar pessoas para fora do banco. Foi insano. Pareciam zumbis, umas 300 pessoas nos seguindo pelo estacionamento. Tentamos escapar com alguma agilidade, mas ninguém tinha pesos no bolso para pagar na saída. Foi um pesadelo. Os brasileiros também são muito, muito, mas muito intensos mesmo. Lembro que eles gritaram meu nome e o da Kristen, do lado de fora do nosso hotel o dia todo. [Faz um sotaque carioca:] “Rrrrrooobbbye!” “Krissssssssteeeeeen!”. E não pararam até duas da manhã. Aí, as duas e cinco, caímos no sono. Mas eles voltaram às sete. Ou seja, nós dois conseguimos dormir das duas às sete durante todo o tempo em que estivemos lá! [rindo muito]”.

Vampiro medroso
“Quando fiz o primeiro ‘Crepúsculo’, precisava dar vida a um vampiro com medo de se relacionar, de se apaixonar. Achei aquilo muito interessante. Mas foi ficando mais difícil com as sequências porque você fica se perguntando: e agora? Minhas memórias vem do primeiro filme, principalmente. Lembro que ali, eu e Kristen brigamos muitos, juntos, com a diretora, os produtores, para criar as nossas criaturas, depois fomos nos ajeitando, virou um trabalho. Uma das últimas memórias somos eu e Kristen comendo um chicken nuggets de três dias atrás. Sua vida para. Passei três anos trabalhando e, basicamente, não experimentando outras coisas que a vida poderia ter me oferecido”

Alvo-celebridade
“Veja o nível de raiva, de ódio nos comentários destes sites de celebridades e fofocas. É um horror. Eles estão interessados em ridicularizar as celebridades. Acho deprimente. Vai parecer talvez tolo eu falar isso, neste momento, mas acredito ser preferível você ter celebridades como modelos do que como objetos fáceis de chacota”.