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19/10/2008 - 13h19

Serial killer na ditadura chilena protagoniza "Tony Manero"

NEUSA BARBOSA
Colaboração para o UOL

Co-produção entre o Chile e o Brasil, exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes 2008, o drama "Tony Manero", de Pablo Larraín, empresta seu nome do famoso personagem interpretado por John Travolta em "Os Embalos de Sábado à Noite", grande sucesso nas telas de todo o mundo em 1977.


O protagonista do filme, o desempregado cinqüentão Raul Peralta (Alfredo Castro), é obcecado por Tony Manero. Passa seus dias assistindo continuamente ao filme, decorando suas falas e ensaiando os números de dança, sonhando ganhar um concurso de imitadores do famoso ator na TV. Nas horas vagas, porém, o aparentemente pacato Raul é um serial killer, matando pessoas impunemente no auge da ditadura de Augusto Pinochet, em 1978.


Divulgação
Cena do drama "Tony Manero", dirigido por Pablo Larraín
ASSISTA AO TRAILER

Em São Paulo para acompanhar as primeiras sessões deste segundo filme de sua carreira dentro da 32ª. Mostra Internacional de Cinema, neste final de semana, o diretor e co-roteirista Pablo Larraín, de 32 anos, reconhece que poucos diretores de sua geração se interessam pelo tema da ditadura. Para ele, no entanto, trata-se de assunto essencial e não só para o seu país: "Acho que o filme é muito latino-americano, porque diversos países do continente tiveram essa mesma experiência, tanto da ditadura, quanto da imitação da cultura norte-americana".


Outro tema muito presente na história é o da impunidade. "Raul mata as pessoas e nada lhe acontece, tanto quanto aos repressores da ditadura", afirma. No filme, policiais e militares são vistos policiando incessantemente as ruas, numa situação em que há estado de sítio e toque de recolher, praticando prisões e espancamentos sem qualquer procedimento legal.


Lançado há pouco no Chile, o filme teve recepção dividida. "Há os que amam e os que odeiam o filme. A opinião pública no Chile é muito polarizada sobre o tema da ditadura", comenta o diretor.


O impressionante protagonista, que é visto em cena praticamente todo o tempo, é um experiente ator e diretor de teatro, também co-roteirista do filme e que, curiosamente, fala pouquíssimo. "Ele não tem mais do que seis falas em todo o filme, tudo o que ele diz não ocupa nem meia página do roteiro", diz Parraín. Quase todo o elenco vem do teatro chileno.





TONY MANERO, de Pablo Larraín (92'). Chile/Brasil. Falado em espanhol. Legendas eletrônicas em português. Indicado para 16 anos.
ESPAÇO UNIBANCO 3 -19/10/2008 - 19h10 - Sessão: 230 (Domingo)
ESPAÇO UNIBANCO POMPÉIA 10 - 20/10/2008 - 19h20 - Sessão: 350 (Segunda)
CINEMATECA-SALA BNDES - 21/10/2008 - 14h - Sessão: 387 (Terça)
UNIBANCO ARTEPLEX 3 - 29/10/2008 - 14h40 - Sessão: 1074 (Quarta)

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