Criticado na Polônia, "Ida" tem seu Oscar comemorado pela primeira-ministra
A primeira-ministra da Polônia, Ewa Kopacz, comemorou nesta segunda-feira (23) o Oscar conquistado por "Ida" na categoria melhor filme estrangeiro, embora o longa-metragem tenha sido criticado por centenas de poloneses que lamentam que o cinema nacional só seja reconhecido quando aborda o judaísmo.
"Abordar o judaísmo e o Holocausto pode ter contribuído para que o filme tivesse mais reconhecimento", disse o ministro polonês das Relações Exteriores, Grzegorz Schetyna, em entrevista à emissora "TOK FM". No entanto, ele afirmou que, na realidade, "trata-se de um filme universal, e a importância de seu roteiro vai além da história que conta".
O filme narra a história de uma noviça que, antes de prestar seus votos, sai do convento para descobrir o passado de sua família por meio de sua tia em uma fria Polônia comunista da década de 1960, onde ainda estão abertas as feridas causadas pela invasão nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
A polêmica sobre a abordagem da questão judia no cinema e na literatura do país, principalmente quando os criadores são poloneses que moram fora da Polônia, não é nova e gera repercussão há décadas.
Meses atrás, milhares de internautas pediram que "Ida" fosse exibido com uma introdução que lembrasse que muitos poloneses arriscaram suas vidas para salvar judeus durante a Segunda Guerra Mundial.
O diretor do filme, Pawel Pawlikowski, nascido na Polônia e formado na Grã-Bretanha, criticou a crença "patriótica" de que um longa-metragem deve passar uma boa imagem de seu país de origem.
Polêmicas à parte, a maioria da sociedade e da imprensa polonesa comemorou a conquista de "Ida". "A partir de agora se falará do cinema polonês no mundo inteiro", disse a primeira-ministra Ewa Kopacz.
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