Responsáveis por filme anti-Islã recebem sentença de morte por parte da justiça egípcia
Do UOL, em São Paulo
28/11/2012 18h15
Sete pessoas envolvidas na produção do filme "A Inocência dos Muçulmanos", produção tida como anti-islâmica, receberam sentenças de morte definidas pela justiça egípcia nesta quarta-feira (28). As informações são do site Deadline.
Segundo o juiz Saif al-Nasr Soliman, a pena foi definida por conta da participação das pessoas em um filme que insulta a religião e seu profeta Maomé.
Condenação anterior
Mark Basseley Yussef, um dos condenados, já havia sido sentenciado a um ano de prisão pela autoridades norte-americanas no início de novembro por violar sua liberdade condicional em um caso de fraude bancária.
Conhecido anteriormente pelo nome de Nakula Basseley Nakula, o produtor admitiu sua culpa por quatro acusações – principalmente a obtenção de uma carteira de motorista californiana com uma identidade falsa – e conseguiu chegar a um acordo com o procurador, que abandonou outras quatro acusações.
Condenado em 2010 a 21 meses de prisão por ter aberto várias contas bancárias e obtido cartões de crédito com identidades falsas, ele teria violado os termos que regem a sua liberdade condicional ao gravar e publicar no YouTube um trailer de 14 minutos do polêmico filme.
IMAGENS DO POLÊMICO FILME "A INOCÊNCIA DOS MUÇULMANOS" (EM INGLÊS)
O autor do filme contendo ofensas ao Islã tinha sido preso em setembro, depois de uma onda de violência e morte em 30 países do Oriente Médio, Europe e Ásia, desencadeada pela produção de baixa qualidade. Ao todo, os atos deixaram mais de 50 mortos, incluindo o embaixador norte-americano na Líbia.
Yussef vivia em Cerritos, no sul de Los Angeles. Após a divulgação do filme, ele se escondeu, temendo por sua segurança. A polícia ajudou sua família a se juntar a ele dois dias depois, antes de sua prisão, em 27 de setembro.
A justiça ordenou então a sua detenção imediata, sem possibilidade de libertação sob fiança, pelo risco de fuga e por apresentar perigo à comunidade. "A corte não confia no acusado", havia declarado a juíza.
Na internet
Em outubro, um juiz federal norte-americano negou o pedido de liminar da atriz Cindy Lee Garcia para que o YouTube e o Google tirassem do ar o filme.
O juiz também definiu a data do julgamento do caso para 19 de novembro. Recorrendo ao diretor de liberdade de expressão. Google e YouTube têm se negado à tirar o filme de 14 minutos do ar.
Em setembro, a Corte Superior de Los Angeles já havia negado o mesmo pedido.
De acordo com informações do site TMZ, a atriz afirmou ter sofrido ameaças de morte e entrou com uma ação judicial contra o Google e contra Mark Basseley Yussef.