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Bruno Barreto diz que foco de "Flores Raras" não é a relação homossexual

Glória Pires caracterizada como a arquiteta Lota de Macedo Soares - Divulgação
Glória Pires caracterizada como a arquiteta Lota de Macedo Soares Imagem: Divulgação

Carla Neves

Do UOL, em Florianópolis

09/03/2013 00h27

Nesta sexta-feira (8), o filme “Flores Raras”, de Bruno Barreto, foi apresentado pela primeira vez à imprensa brasileira no segundo dia do 4º Festival do Cinema Nacional, organizado pela distribuidora Imagem em Florianópolis. Após a exibição do longa, Bruno, a produtora Lucy Barreto e a atriz Glória Pires conversaram com os jornalistas.

Bruno afirmou que apesar de retratar o romance entre a americana Elizabeth Bishop (Miranda Otto) com a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares (Gloria Pires) nos anos 1950, o longa não é sobre a relação homossexual, mas sim sobre a história de amor entre elas.

“Meu principal foco era a história de amor. A questão de ser um amor homossexual não era o porquê de eu querer contar essa história”, disse. O diretor contou que, embora o elenco seja majoritariamente feminino, o set “foi um dos mais masculinos que já dirigiu”. “Acho que nunca tive uma personagem tão masculina quanto a Lota”, afirmou, entre risos.

Glória admitiu que o público – especialmente o formado por donas de casa – talvez não esteja preparado para vê-la beijando outra mulher na boca no cinema. Mas ela argumentou que essa saída de sua zona de conforto é positiva para todos. “É bom que isso aconteça. Para mim como atriz e para o público também, que vai conhecer algo novo. Sempre busco novas oportunidades. Tenho tido muita sorte. Desde muito nova, grandes personagens têm vindo parar na minha mão”, analisou.

Com estreia prevista para a segunda quinzena de maio, “Flores Raras” será um dos filmes integrantes do Festival de Tribeca, que será realizado entre os dias 17 e 28 de abril, em Nova York, nos Estados Unidos.

“Fiz o filme para mim, para o Fontoura e para o Renato”, diz Thiago Mendonça

Outro filme exibido pela primeira vez foi “Somos Tão Jovens”, de Antônio Carlos da Fontoura. Protagonizado por Thiago Mendonça, o longa passeia pela juventude de Renato Russo (1960-1996) pouco antes da formação da Legião Urbana.

Thiago afirmou que, antes do filme, sua relação com Renato Russo era de ouvinte apenas. Por conta disso, ele levou a sério a composição do personagem. Além de aprender a tocar violão e baixo elétrico, ele mudou-se do Rio para Brasília, onde passou três meses.

O ator disse que apesar de ter amigos e familiares fãs da Legião, não quis pensar no que eles e outros admiradores de Renato Russo pensariam sobre sua atuação. "Fiz o filme para mim, para o Fontoura e para o Renato Russo”, contou.

Fontoura afirmou que optou por retratar a fase mais jovem da vida do artista. E contou que recebeu o apoio de Dona Carminha, mãe de Renato Russo.

"Ela me disse: 'só não me faça o longa sobre o roqueiro homossexual que morreu de Aids'. E era a mesma ideia que tinha para o longa. Não queria fazer um novo Cazuza. Queria filmar a história de um menino que se reiventava e estava em transição entre a vida adolescente e adulta", lembrou.