Sem bebedeira e amnésia, terceiro "Se Beber, Não Case!" tenta fugir de repetição, diz diretor

O diretor Todd Phillips defendeu a mudança de foco no terceiro filme da franquia "Se Beber, Não Case! - Parte 3" durante coletiva nesta quarta-feira (29) no Morro da Urca, no Rio de Janeiro.

Depois de dois longas que começam a partir da amnésia pós-festa sofrida pelo trio de protagonistas Phil (Bradley Cooper), Stu (Ed Helms) e Alan (Zach Galifianakis), Phillips afirmou que a fórmula ficaria "muito repetitiva" e explicou a nova abordagem. "Nos dois primeiros filmes, nós colocamos uma estrutura de humor. Agora, no terceiro, a história muda um pouco e o foco passa a ser o Alan. Os outros dois [Phil e Stu] tiveram que pagar pelos pecados nos filmes anteriores", disse o cineasta.

O terceiro filme da franquia traz o trio do "Bando de Lobos" novamente com problemas e revendo rostos conhecidos como o do trambiqueiro Mr. Chow (Ken Jeong) e da prostituta Jade (Heather Graham).

Sem Galifianakis, que não conseguiu subir ao Morro da Urca no Rio de Janeiro para participar da coletiva por conta do medo de altura, parte do elenco e o diretor falaram sobre o novo filme.

Discreto, o astro Bradley Cooper foi o que menos falou, mas teve tempo para elogiar o alto padrão do humor obtido no decorrer dos três filmes. "Acho que nós deixamos o nível lá no alto, e o nosso desafio era mantê-lo lá", disse o ator, que também negou diferenças ou preferências entre comédias e filmes com traços dramáticos como "O Lado Bom da Vida" – que rendeu ao ator uma indicação ao Oscar da categoria este ano.

A franquia já faturou mais de US$ 1 bilhão no mundo com bilheteria. O primeiro dos longas foi vencedor do Globo de Ouro de melhor filme entre comédias ou musicais de 2010.

Já Ed Helms lembrou da semelhança de Stu com outros personagens que já interpretou no passado, como o "engomado" Andy Bernard, da série televisiva "The Office". Simpático, o ator riu ao ser lembrado do "sofrimento" que acompanha seu personagem na franquia "Se Beber, Não Case", que já passou por tatuagens no rosto e um dente arrancado à força por conta das noitadas do longa. "As pessoas meio que gostam de ver ele sofrer", explicou.

Volta de Heather e Mr. Chow
Durante a conversa com a imprensa, os demais atores também tiveram a oportunidade de defender a importância de seus respectivos personagens. "Ele não se encaixa na parte de comédia do filme", comentou Bartha sobre o personagem Doug, tido pelo ator como um fio condutor da história. Ciente do papel coadjuvante na franquia, o ator afirmou que, caso fosse um super-herói, Doug estaria mais para um "homem-espelho", que apenas reflete a imagem dos demais.

Já Jeong afirmou estar feliz de ser convidado para repetir o papel de Mr. Chow, um dos mais carismáticos da série. "Simplesmente queria fazer parte do filme, sempre", disse o artista, que revelou buscar inspiração na própria mulher para montar os trejeitos e a fala com sotaqe exagerado de Chow. "Foi ela quem me incentivou a atuar, é uma forma de eu deixar escapar esse lado louco meu."

Heather Graham comemorou o fato de ter recebido um destino suave na série, sem passar pelos problemas absurdos enfrentados pelos demais. "Muitas coisas ruins acontecem nos três filmes, mas acho que o Todd [Phillips] foi bonzinho comigo", disse a atriz, que também falou sobre a relação de seu personagem, ausente no segundo longa, com Stu. A dupla se casou por acidente no primeiro filme, mas Heather brinca sobre o real motivo para a união não ter dado certo. "É porque eu era prostituta, né?", perguntou a artista ao se virar para Ed Helms, que desconversou.

Phillips também voltou a comentar que o segundo filme da série esteve perto de ser rodado no Rio de Janeiro. Para o diretor, a cidade brasileira reúne os mesmos elementos que Bangcoc, onde foi filmado o filme de 2011. "As duas cidades pareciam duas escolhas ruins iguais", brincou o cineasta. Phillips se refere ao fato de ambas as localidades permitirem o cenário de caos e bebedeira que marcou a série.

* O jornalista viajou a convite da Warner Bros.