Carey Mulligan diz que ficou apavorada ao encontrar DiCaprio no teste para "Gatsby"
A britânica Carey Mulligan nunca tinha lido “O Grande Gatsby”, clássico do escritor norte-americano F. Scott Fitzgerald, antes de ter que se preparar para competir com Rachel McAdams, Jessica Alba, Scarlett Johansson, Natalie Portman, Anne Hathaway, Amanda Seyfried e Michelle Williams, entre outras, pelo icônico papel de Daisy, obsessão de Gatsby. “Não faz parte do currículo das escolas inglesas”, diz, rindo. “Tive que ler correndo três dias antes do teste…”.
Ainda assim, Mulligan conseguiu o papel de par romântico de ninguém menos que Leonardo DiCaprio, escalado desde o início para viver o protagonista. Tobey Maguire faz o papel de Nick Carraway, o vizinho de Gatsby que narra a história, e Joel Edgerton é Tom Buchanan.
Adaptada para a tela três vezes, em 1926, 1949 e 1974, a obra de F. Scott Fiztgerald volta aos cinemas este ano pelas mãos de Baz Luhrman, diretor de “Moulin Rouge!” e “Romeu+Julieta”, que não hesitou em aplicar sua estética ao clássico.
Em entrevista ao UOL, Mulligan conta que ficou apavorada em seu primeiro encontro com DiCaprio, ainda no teste, mas que o ator quebrou o gelo e foi “um amor”.
TRAILER DO FILME "O GRANDE GATSBY"
UOL - Como você se envolveu com o projeto? Como foi seu primeiro encontro com Leonardo DiCaprio?
Carey Mulligan - Meu primeiro encontro com Leo foi no meu teste. Num loft enorme em Nova York. Normalmente nesses testes tem uma pessoa com uma câmera, mas quando eu cheguei lá vi três câmeras, uma delas 3D, operada pelo próprio Baz. E mais dois fotógrafos… Imediatamente fiquei com raiva de tudo o que tinha escolhido para vestir… E me sentindo completamente apavorada… Mas Leo foi um amor. A cena do teste era com Gatsby e Tom, mas como só tinha o Leo, ele fazia a cena comigo, como Gatsby, depois ia correndo para trás da câmera fazer a fala do Tom. E eu pensando: “Mas é Leonardo DiCaprio! Ele não tem que ficar assim correndo de um lado para o outro num teste!” Aquilo quebrou o gelo imediatamente. Quando Baz me ligou oferecendo o papel, eu fiquei com medo de novo… Mas pela responsabilidade…
Daisy é a personagem mais complexa do livro, uma das mais complexas da obra de Fiztgerald. Qual sua visão dela?
Eu voltei ao texto, em primeiro lugar. Eu me lembro que a primeira vez que li tive muita raiva dela. E, de fato, é muito fácil vê-la como vilã. Eu precisava aprender a olhar para ela com compaixão, sem julgá-la, compreender como uma mulher com a educação dela, a posição social dela, agiria nos anos 1920. Ela vem de uma família muito rica e é apresentada a um homem muito rico que lhe oferece segurança acima de tudo. Não é uma decisão romântica: é uma decisão lógica. E dessa lógica ela consegue extrair um certo tipo de amor. O que torna tudo mais trágico…
Por quê?
Porque… E esta foi a cena ao mesmo tempo mais difícil e mais interessante, para mim… Quando ela percebe que poderia ter tido tudo com Gatsby, a mesma segurança mais o romance… Se ela tivesse esperado um pouco mais em vez de casar com Tom, teria tudo… A cena em que ela percebe isso… E não é com palavras, é no rosto, no corpo dela… É uma mistura de tristeza, arrependimento, vergonha… No fundo eu creio que ela acredita em amor, mas é fraca demais para viver o que acredita.
Você descreveu a sua cena mais difícil. Qual sua cena favorita do filme, no geral?
O momento que a plateia vê Gatsby pela primeira vez. É tão imenso, tão épico, tão espetacular e ao mesmo tempo tão fiel ao texto do livro e ao espírito do livro, e ao mesmo tempo você olha nos olhos de Leo e compreende tanta coisa, imediatamente. Essa cena para mim é a mais incrível do filme, e me dá vontade sorrir, sempre. Só mesmo Leo para conseguir algo assim…
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