Mais intenso, Jackman prova aptidão para ser Wolverine em novo filme
Se a barba continua praticamente igual a dos filmes anteriores, Hugh Jackman prova em "Wolverine - Imortal" que ainda é capaz de mostrar ao público comum e aos fãs como o ator é a escolha ideal para encarnar todas as características do herói da Marvel. Sem parecer forçado e com a capacidade de ser cada vez mais intenso em cenas de batalha ou de clímax, Jackman se destaca mais uma vez no papel, mesmo depois de cinco aparições anteriores na pele do mutante nos cinemas (veja onde assistir).
Desde "X-Men" (2000), Hugh Jackman conseguiu se manter fiel à reputação que construiu com o personagem. Com o tempo, o público passou a enxergá-lo como se fosse a própria cara de Wolverine, retirada do papel e trazida para o mundo de carne e osso.
Em "Imortal", Jackman intensifica aquilo que o tornou famoso ao interpretar o herói: brada com força, fica vermelho e deixa os olhos esbugalhados quando se esforça, como se seu próprio corpo fosse o de um mutante. Até mesmo o tom seco dos comentários de Wolverine e sua rabugentice estão cada vez mais bem representados por Jackman, que se revela mais versátil nos últimos anos, passando do universo da ação com os "X-Men" e "Van Helsing" e experimentando até cantar, como na mais recente adaptação de "Os Miseráveis" para o cinema.
Mas foi mesmo o corpo que chamou mais atenção do público e da mídia durante a longa jornada enfrentada por Jackman para sair da magreza de "Os Miseráveis" rumo à musculatura definida em "Wolverine". Foram 11 quilos a mais entre um filme e outro, convertidos em uma figura que transmite ao espectador o ideal de força combinada com raiva que tanto marcam o herói.
Trama
Atordoado pelo passado e considerando sua imortalidade como um fardo, Wolverine descobre, aos poucos, um sentido para seguir batalhando. Com cabelo comprido, maltrapilho e desesperançoso, o personagem vagueia sem um objetivo e sofre com pesadelos sobre eventos que já viveu -- como quando ajudou um jovem soldado a sobreviver ao bombardeio de Nagazaki durante a Segunda Guerra Mundial.
A mente do protagonista também recebe a visita constante da memória de Jean Grey (Famke Janssen), que se torna cada vez mais uma musa para o herói, mas que nem sempre inspira bons pensamentos. Como uma válvula de escape para seus demônios, Wolverine ruma para o Japão, em episódio descrito nos quadrinhos de Frank Miller e Chris Claremont lançado em 1982. Na cronologia da série, o herói está em um momento pouco posterior aos descritos no filme "X-Men: O Confronto Final".
Mas o que poderia ser uma história de superação clássica, tal como em um filme de esportes, ganha um contorno menos clichê graças à capacidade de Jackman para revelar sem parecer forçado -- de forma bem lenta -- como Wolverine se abre a novos relacionamentos e possibilidades para sua vida. O protagonista não encontra uma redenção e comemora um campeonato vencido ao final. Wolverine ainda segue com seus traços sombrios, mas ao menos acha um sentido para suas ações.
JACKMAN E MANGOLD COMENTAM O FILME
Dividido entre a fidelidade aos quadrinhos e o objetivo de divertir um público heterogêneo e ávido por ação, o diretor James Mangold foi enfático durante entrevistas sobre o filme ao descrever o objetivo de se distanciar ao máximo dos filmes anteriores, que não eram focados apenas em Wolverine.
Com "Imortal", o herói das garras de adamantium vira o principal foco das atenções, e interage com personagens que se desenvolvem em função do protagonista. Um exemplo é Yukio (Rila Fukushima), que apesar de ter uma história própria de dor e preconceito, se garante no filme como protetora e uma espécie de conselheira para o herói.
O mesmo serve para Mariko (Tao Okamoto), neta de um empresário poderoso que está à beira da morte. Apesar de Wolverine ser impelido a defendê-la das garras da vilã Víbora (Svetlana Khodchenkova), a presença da singela garota japonesa serve mais para ajudar Wolverine a encontrar seu novo significado de vida.
TRAILER LEGENDADO DE "WOLVERINE - IMORTAL"
Promessa de recuperação
Longe do sucesso de bilheteria dos filmes com heróis da Marvel realizados por outros estúdios como Sony ("Homem-Aranha") e Disney ("Os Vingadores", "Homem de Ferro"), a franquia "X-Men" -- produzidos pela Fox -- pode ter finalmente uma produção capaz de atender um pouco aos fãs, especialmente carinhosos com as duas primeiras produções da série, e captar mais público.
Ação, revelações e emoção na dose certa talvez ajudem no desempenho do novo longa, que conta com estimativa de arrecadação de até US$ 80 milhões na abertura nos Estados Unidos, segundo a revista "Variety".
Ainda que um pouco previsível quanto a quem é vilão e quem é bonzinho, "Wolverine - Imortal" consegue trazer ar novo para a franquia. E caso o espectador não se sinta preenchido por novidades durante o longa, sempre é possível esperar sentado na cadeira do cinema depois que os créditos começarem a descer. É que visitas interessantes surgem na tela -- como é de praxe em filmes da Marvel --, confundindo mais uma vez a cabeça de Wolverine, mas levando os fãs ao delírio.
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