Novo "Robocop", dirigido por José Padilha, surpreende crítica internacional
Embora a expectativa não fosse das mais positivas, o novo “Robocop”, que tem direção do brasileiro José Padilha (da franquia “Tropa de Elite”) e que contou com orçamento de US$ 100 milhões (em torno de R$ 240 milhões), vem surpreendendo a crítica internacional, sendo “mais inteligente do que o esperado”, segundo avaliação da revista “Variety”.
O remake do clássico de 1987 dirigido por Paul Verhoeven traz no elenco nomes como Gary Oldman, Joel Kinnaman, Samuel L. Jackson e Michael Keaton, e reconta a trajetória do policial Alex Murphy (Kinnaman), um pai de família dedicado e um exemplo de cidadão, que fica seriamente ferido em serviço. Com o corpo reconstruído, Murphy se transforma em Robocop, um ciborgue destinado a trabalhar para o conglomerado multinacional OmniCorp.
Em texto recém-publicado, o veículo pontua que Padilha foi uma escolha acertada por parte dos produtores Eric Newman e Marc Abraham, pelo fato de o brasileiro ter a distância necessária das circunstâncias, típica de um estrangeiro.
Assim, segundo o crítico Guy Lodge, o resultado foi um longa em que a temática das preocupações especificamente vindas de norte-americanos de direita com relação às questões de segurança fosse abordada de forma bastante direta e séria – assim como foi importante a visão europeia do holandês Verhoeven ao tratar do “liberalismo friamente cínico” no longa de 1987.
Trailer de "Robocop"
O crítico ainda valoriza a capacidade de José Padilha de inserir ao material altas doses de energia. "Enquanto Verhoeven queria ser muito mais chamativo do que a própria indústria de Hollywood, o brasileiro acrescenta ao filme uma energia dura que às vezes beira a afetação."
Mas a “Variety” não foi o único veículo a se surpreender. Em resenha, o site da revista “The Hollywood Reporter” ainda caracterizou o longa-metragem como um “material sólido de entretenimento de massa” que honra o legado do original de 1987.
“O filme reconfigura o conceito central do herói policial meio homem, meio máquina e, em alguns pontos, o roteiro profundo e denso apresenta melhorias se comparado ao original, e o elenco certamente é mais forte agora”, escreveu Leslie Felperin. “O que falta é a perspicácia malvada, misantropia amoral e a subversão escorregadia do original – o que definitivamente não deve servir como motivo para que as pessoas não assistam ao filme.”
A revista especializada “Total Film” ainda atribuiu a “Robocop” quatro estrelas. “Transplantando o original de forma bem-sucedida a um ambicioso novo mundo, a estreia de José Padilha em um filme de língua inglesa resulta em um sci-fi empolgante, ágil e reflexivo.”
Estreia no Brasil
Padilha e os atores Joel Kinnaman e Michael Keaton virão ao Brasil no dia 18 de fevereiro para promover o longa, que chega aos cinemas do país no dia 21. A equipe cumprirá uma agenda de entrevistas para a imprensa, sessão de fotos e atividades de lançamento no Rio de Janeiro. Segundo a produção, haverá um tapete vermelho com convidados no Cinépolis Lagoon.
Em recente entrevista à agência EFE, o diretor comentou não temer a pressão de Hollywood com relação ao filme. "As altas expectativas não me assustam. Medo eu teria se tivesse que fazer um 'remake' de um filme ruim. Com 'Robocop', fiquei feliz. É um conceito poderoso e muito inteligente que me inspirou. E o que retratamos na história acontece com frequência na sociedade atualmente", afirmou.
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