Filme na tríplice fronteira teve propostas de estúdios dos EUA, diz Padilha
Após sua primeira experiência em Hollywood, José Padilha mantém os pés no Brasil. Entre os próximos projetos que ocupam o diretor de “Robocop”, que estreia nesta sexta (21), estão um roteiro sobre o julgamento do mensalão, outro sobre o lutador de jiu-jitsu Rickson Gracie e um longa a ser filmado na tríplice fronteira (Brasil-Argentina-Paraguai), com roteiro de Nick Schenk, de “Gran Torino” (2008).
Neste trabalho, Padilha deve retomar a parceria de “Tropa de Elite” com Wagner Moura. Para a produção, ele adianta que já recebeu propostas de estúdios americanos. "A gente tem propostas de estúdios americanos para entrar no filme, porque ele foi desenvolvido independentemente", conta.
Em conversa com jornalistas no Rio de Janeiro, o cineasta deu mais detalhes sobre este trabalho: “O roteiro é baseado em quatro personagens. Um deles é um brasileiro ‘formiguinha’ que trabalha para o contrabando. O outro é um americano do DEA [Drug Enforcement Administration]. Há também um personagem feminino que faz parte da espinha do Mossad [serviço secreto israelense], porque o Hezbollah também está lá! E há ainda um traficante colombiano expulso do tráfico, que descobriu que é mais fácil atuar na tríplice fronteira do que no seu país. A ideia é mostrar a loucura daquele lugar”.
Além dessas três frentes, o diretor ainda tem em seu horizonte o roteiro para um filme de ficção científica para a Warner Bros. norte-americana e outro para o Netflix, relacionado à influencia americana na política antidrogas na época do traficante colombiano Pablo Escobar.
A personalidade de José Padilha também evidencia a integridade do DNA tropical do diretor. Na entrevista coletiva, antes do bate-papo com os jornalistas, a produção do evento anunciou que ele falaria inglês, para que Michael Keaton e Joel Kinnaman, protagonistas de “Robocop”, pudessem entender. Mas no início da entrevista, o diretor disse que se recusaria a falar outra língua em seu próprio país.
Ele também foi simpático com os jornalistas na mesa-redonda após a coletiva e, após o bate-papo, trocou de sala com Kinnaman, que falava com outro grupo de profissionais na sala ao lado.
Doze horas para fazer uma cena
Com o cigarro eletrônico que o acompanha há dois anos (“meu robô fuma”), Joel Kinnaman reafirmou o gênio do cineasta ao contar que, nos Estados Unidos, Padilha chegou a tomar um táxi em direção ao aeroporto para voltar ao Rio após um percalço com os estúdios MGM e Sony: “Aprenderam a respeitá-lo logo. Quando ele estava no carro, ligaram para ele dizendo que aceitavam o que ele queria”.
Embora Padilha tenha descartado dirigir uma sequência de “Robocop”, Kinnaman disse que assinou com o estúdio por três filmes. Segundo o ator, o contrato é uma garantia da produção para ter o protagonista caso o longa seja um sucesso.
O ator sueco afirmou que a cena em que teve mais dificuldades é aquela que mostra o momento em que o policial Alex Murphy vê o que restou do seu corpo após o acidente que quase o mata. “Estar sem corpo é o momento mais nu e vulnerável que uma pessoa pode ter. E, ao mesmo tempo, eu tinha que estar parado. Colocaram um fio na minha cabeça, porque toda hora eu a movia. Demorei doze horas para fazer a cena”.
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