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Festival de Paulínia volta ao calendário de cinema entre 22 e 27 de julho

Logo do quinto Festival de Paulínia - Divulgação
Logo do quinto Festival de Paulínia Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

11/06/2014 14h41

A organização do Festival de Paulínia anunciou nesta quarta (11) o retorno do evento ao calendário anual do cinema, com a sexta edição ocorrendo entre os dias 22 e 27 de julho, na cidade do interior de São Paulo.

O festival estava suspenso desde 2012, quando a prefeitura de Paulínia anunciou o cancelamento do evento alegando necessidade de economizar verbas para investimentos na área social. Em dezembro de 2013 ocorreu uma espécie de prévia do festival depois de a prefeitura ter anunciado a retomada das atividades do Polo Cinematográfico de Paulínia.

A sexta edição do Festival de Paulínia terá curadoria do crítico Rubens Ewald Filho e da produtora Tatiana Quintella. As inscrições de filmes para participação no evento estão abertas a partir desta quarta e seguem até o dia 25 de junho no site pauliniafilmfestival.com.br.

Um total de 16 filmes nacionais, oito longas e oito curtas, serão escolhidos para a mostra competitiva, e R$ 800 mil serão distribuídos em prêmios aos vencedores das 23 categorias. A categoria principal de melhor filme de longa-metragem premia o vencedor com R$ 300 mil.

O 6º Festival de Paulínia ocorrerá novamente nas dependências do Theatro Municipal Paulo Gracindo e do Polo Cinematográfico da cidade, que recebe workshops, debates e palestras. Dois júris --um para longas e outro para curtas-- compostos por cinco profissionais de entidades representativas da área audiovisual,  que não tenham ligação direta com os títulos inscritos no evento,  escolherão os melhores filmes e os melhores profissionais das categorias concorrentes.

Polo Cinematográfico

Em fevereiro já havia sido anunciada a abertura de editais para retomar as produções no Polo Cinematográfico de Paulínia. No valor total de R$ 8,98 milhões, os editais visavam financiar a produção de 14 curtas e dez longas metragens de abrangência nacional e de moradores da região de Campinas

Entre as produções que se beneficiaram com verbas de Paulínia nos últimos anos estão filmes como "Bruna Surfistinha", "De Pernas pro Ar", "Ensaio sobre a Cegueira" e "O Palhaço".

Hollywood brasileira

O Polo de Paulínia estava paralisado desde abril de 2012, quando o então prefeito José Pavan Junior anunciou o cancelamento do festival de cinema realizado na cidade, que iria para sua quinta edição, alegando que direcionaria a verba para programas sociais. A última edição ocorreu em 2011.

A retomada das atividades foi anunciada em novembro de 2013, pela secretária de Cultura Mônica Trigo, que na época informou ao UOL que estúdios, cursos e editais estavam para ser retomados, e confirmou a realização do festival para julho deste ano. "Vamos dar ao projeto nova roupagem para que se estabeleça como uma política permanente", disse.

Idealizada para ser a "Hollywood brasileira", estima-se que cerca de R$ 490 milhões já tenham sido gastos no polo de Paulínia, desde a década de 1990, quando iniciaram as obras. Os recursos são oriundos dos royalties do petróleo.

Entretanto, um imbróglio político interrompeu as atividades do complexo, que possui estúdios de gravação, teatro, escola, escritório de captação de projetos e um restaurante. O projeto foi criado pelo ex-prefeito, Edson Moura (PMDB), que elegeu o filho Edson Moura Júnior (PMDB), na eleição de 2012, como manobra para escapar da Lei da Ficha Limpa.

Moura disputou a eleição por força de uma liminar a seu favor, mas já havia sido condenado duas vezes pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por improbidade administrativa.

Depois de recorrer na justiça, quem acabou ocupando o cargo na ocasião foi o segundo colocado em Paulínia, José Pavan Junior (PSB). Em abril passado, Pavan que já havia abandonado a estrutura do polo e interrompido editais, cancelou o festival de cinema da cidade.

Em julho deste ano, porém, por decisão do TSE, Moura Junior assumiu o cargo e anunciou a intenção de retomar o projeto do polo.