Corpo de Hugo Carvana é velado no Rio; cremação será nesta segunda
O velório do cineasta Hugo Carvana começou por volta das 9h deste domingo (5), no Parque Lage, no Rio de Janeiro, com a presença de familiares e amigos.
A cremação do corpo do ator está marcada para às 10h desta segunda (6), em cerimônia fechada para a família, no Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária do Rio. A filha Maria Clara disse que a família ainda não pensou onde serão depositada as cinzas.
De acordo com informações da família, ele teve complicações causadas por um câncer no pulmão e morreu no final da manhã de sábado (4), no Hospital Pró-Cardíaco, no Rio, onde estava internado desde o dia 28 de setembro.
O caixão de Hugo Carvana foi coberto por uma bandeira do Fluminense, uma de suas paixões, e rodeado por objetos que marcaram momentos da vida do ator.
Rita Carvana, filha mais nova de Hugo, estava vestida com a camisa do Fluminense, e contou para a reportagem do UOL, que o pai estava prestes a filmar "Curto Circuito", com Antonio Fagundes no elenco.
"O personagem do filme foi pensado para o Wilker, mas quando faleceu [José Wilker], ele ficou arrasado e teve que readaptar o roteiro", disse a filha caçula Rita. Em seguida, o papel do protagonista foi elaborado para Antônio Fagundes que, segundo a família, já havia concordado e assinado o contrato. "Ele já tinha chamado o Fagundes para fazer o papel principal com a Andrea Beltrão e o Paulo Betti há alguns meses", confirmou Rita.
Muito abalada, a atriz Betty Faria compareceu ao velório e saiu sem falar com a imprensa, apenas se limitou a comentar: "Estou muito triste, ele era meu amigo mesmo".
O ator Chico Diaz, chegou por volta das 11h no velório, para prestar sua última homenagem ao amigo. "Carvana foi um embaixador, um grande representante do nosso ofício, do jeito do brasileiro. Para mim, foi um mestre, aprendi muito com ele", disse ao lembrar que fez assistência de direção do filme “ Avaeté" . "Convivemos 2 meses na selva e ele era o protagonista. Era muito inteligente. Ele deixa a grande sabedoria de como levar o ofício de forma inteligente. Ele era o legítimo representante do povo brasileiro. Passou por momentos cruciais de nossa história e sempre muito atento. Levou a vida com muita mestria. Vamos homenageá-lo a vida inteira", afirmou.
Para o ator Otávio Augusto, grande amigo de Carvana, ele representava o "genuíno espírito carioca", "A gente conviveu mais de 40 anos. Quando eu cheguei no Rio vindo de São Paulo, ele foi a primeira pessoa que me tornou carioca. Muita gente que tenta definir o que é ser carioca, é só observar o Hugo Carvana", disse.
Trajetória
Carioca, nascido em Lins de Vasconcelos, Zona Norte do Rio, Hugo Carvana de Holanda começou sua carreira artística aos 18 anos fazendo figuração para um filme. Depois disso fez 22 chanchadas.
Em 1954, foi fazer teatro. Encenou "O Auto da Compadecida", de Ariano Suassuna, em 1958, e mais tarde , "O Pagador de Promessas", de Dias Gomes e "Boca de Ouro", de Nelson Rodrigues, da companhia do Teatro Nacional de Comédia, TNC.
Ainda nos anos 50, participou do Cinema Novo, estreando com Ruy Guerra, em "Os Cafajestes", e depois trabalhando com Cacá Diegues e Glauber Rocha
Carvana tornou-se conhecido do grande público atuando em novelas na televisão. Foi Daniel Filho quem o convidou para seu primeiro trabalho, "Anastácia, a Mulher sem Destino" (1967). de Janete Clair.
Foi no cinema que Carvana foi mais reconhecido com o primeiro filme que ele dirigiu, "Vai Trabalhar, Vagabundo", de 1973. Com o longa, ganhou o Kikito de Ouro de Melhor Filme, no Festival de Gramado.
De 1962 a 2013, foram 681 atuações no cinema. Entre elas, "Bravo Guerreiro", de Gustavo Dahl; "A Grande Cidade", "Os Herdeiros", "Quando o Carnaval Chegar" e "Deus é Brasileiro", de Cacá Diegues; "Tenda dos Milagres", de Nelson Pereira dos Santos; "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade e Pindorama e "Toda Nudez Será Castigada", de Arnaldo Jabor. O último foi em "Giovanni Improtta", de 2013.
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