"Ele queria voltar a filmar", disse viúva de Hugo Carvana
“Ele foi um homem que, antes de tudo, era um brasileiro, um carioca considerado a imagem do nosso Rio de Janeiro, um suburbano autêntico que adorava reunir os amigos”, disse Martha Alencar, viúva do ator e diretor Hugo Carvana, que morreu no fim da manhã deste sábado (4).
Segundo infomou a família ao UOL, nesta última semana, Carvana, 77 anos, se encontrava debilitado e já estava internado havia seis dias no Pró-Cardíaco. Ele faleceu por complicações respiratórias devido a um cãncer no pulmão. O cineasta também sofria de mal de Parkinson.
O corpo chegou às 8h no Parque Lage, na zona sul do Rio, onde está sendo o velório. A viúva e os quatro filhos – Pedro, 45; Cacala, 43; Julio, 39 e Rita, 35 – prepararam uma homenagem ao pai com objetos pessoais e e figurinos usados em seus inúmeros filmes.
Seu caixão foi coberto pela bandeira do Fluminense, time de futebol que Carvana era fanático torcedor.
A viúva admitiu que Carvana já apresentava um estado de saúde debilitado, mas mantinha viva a ideia de fazer seu próximo filme “Curto Circuito”. “Era o que o mantinha vivo, ele queria voltar para a quimioterapia e ficar bem. Nem divulgamos muito do tumor no pulmão porque estávamos concorrendo a vários editais. Ele queria voltar a filmar”.
Martha comentou que seus dois últimos filmes – “Casa da Mãe Joana” (2013) e “Não se preocupe, nada mais vai dar certo” (2010) –, Carvana já apresentava dificuldades para dirigir pois enfrentava o mal de Parkinson. “Ele dirigiu sem conseguir andar, mas o set era uma alegria, uma festa. Era isso o que mantinha o Hugo Vivo. Ele sempre dava a volta por cima e foi enfrentando as doenças, mas perdeu para o câncer o qual ele já tinha vencido uma vez em 1996”, relembrou.
Naquele ano, Carvana tinha acabado de filmar o “Homem Nu” e descobriu que estava com câncer no pulmão. “Ele já tinha vencido o câncer há 17 anos e esse realmente foi incidioso, pegou de surpresa. Acabou morrendo de complicaçôes no câncer, estava com muita dificuldade respiratória. Reclamou que não conseguia falar e que não ia conseguir viver sem falar”, emocionou-se.
“Ele tinha uma tribo e era o cacique. Um cara que expressou a a alma brasileira, a alma do carioca com um humor único e devastador. Mas nunca rompeu com os limites da generosidade e do respeito. Tinha uma visão crítica da mídia e da política”, comentou Martha.
Carvana morreu um dia antes das eleições que ocorrem neste domingo (5) em todo o Brasil. A esposa lembrou que o cineasta sempre se interessava por política. “Ele era muito engajado nas questões políticas. De vez em quando gostava de olhar as pesquisas eleitorais. Ele teria ajudado a montar o ato de apoio a Dilma, mas era engajado com uma visão de Brasil e não partidária. Ele queria o melhor para o Brasil”, disse.
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