Diretor de "Ninfomaníaca", Von Trier revela vício em álcool e drogas
O polêmico cineasta Lars von Trier, diretor de “Ninfomaníaca” e “Dogville”, revelou que está se tratando do vício de drogas e álcool, e que já não sabe se conseguirá voltar a produzir mais algum filme.
Em declaração ao jornal “Politiken”, o dinamarquês contou pela primeira vez que frequenta reuniões dos alcoólatras anônimos diariamente e que atualmente está sóbrio.
Em sua primeira grande entrevista após o silêncio auto imposto seguido dos comentários controversos sobre Adolf Hitler, no Festival de Cannes de 2011, o diretor de 58 anos revelou que quase todos seus filmes foram escritos sob influência de alguma droga.
Ao relatar sua luta contra a depressão, Von Trier disse que tomava uma garrafa de vodka por dia para entrar em um “mundo paralelo” de criação. Ele ainda acredita que estando sóbrio, provavelmente ele só será capaz de produzir “filmes de merda”.
“Eu não sei se eu consigo fazer mais filmes, e isso me preocupa”, disse. “Não há nenhuma expressão criativa de valor artístico produzida por ex-bêbados e ex-viciados. Quem iria se preocupar com um Rolling Stone sem álcool ou um Jimi Hendrix sem heroína?”
Autor de obras polêmicas, Von Trier surgiu na década de 1990 com um estilo de cinema próprio, o Dogma 95, criado por ele e o amigo Thomas Vinterberg, em prol de um cinema mais realista e menos comercial.
Provocativo, com a câmera na mão e cenas amadoras e grotescas, Von Trier logo emergiu como o grande nome do cinema europeu, principalmente após ganha a Palma de Ouro em Cannes em 2000, com “Dançando no Escuro”, protagonizado pela cantora Bjork. Seus últimos filmes são “Anticristo”, “Melancolia” e “Ninfomaníaca Parte I e II”.
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