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Justiça da Califórnia nega nova apelação de Polanski para anular condenação

Roman Polanksi posa para os fotógrafos no Festival de Cannes (21/5/12) - Alberto Pizzoli/AFP Photo
Roman Polanksi posa para os fotógrafos no Festival de Cannes (21/5/12) Imagem: Alberto Pizzoli/AFP Photo

Do UOL, em São Paulo*

24/12/2014 17h50

Roman Polanski perdeu sua mais recente apelação à Justiça da Califórnia para anular o caso de abuso sexual de uma menor de idade em que o ator e diretor se envolveu em 1977, quando vivia em Los Angeles.

De acordo com documento assinado pelo juiz James Brandlin, as alegações que o cineasta faz sobre irregularidades no processo não podem ser acolhidas já que Polanski é considerado fugitivo nos Estados Unidos. O ator deixou o país em 1977 para escapar da prisão, logo após ter se declarado culpado pelo crime. Um advogado do ator disse que não comentaria a decisão judicial, segundo a AP.

Segundo o juiz, Polanski precisaria voltar aos EUA para tentar defender sua apelação.

Na época do crime, o ator se declarou culpado depois de fazer um acordo com a promotoria. Ele foi orientado a se submeter a avaliações psiquiátricas em um instituto prisional, onde de fato ficou por 42 dias. A defesa de Polanski alega que o cineasta entendeu que o tempo em que ficou na prisão seria considerado como a punição pelo crime, mas um juiz não entendeu assim e ordenou que ele voltasse. Foi então que Polanski fugiu para a França.

Sem voltar aos EUA desde então, o cineasta vem tentando reverter a punião desde 2008. Diversas tentativas do governo da Califórnia de extraditá-lo foram fracassadas. Em 2009, o cineasta chegou a ser preso na Suíça quando visitava o país para receber um prêmio. Ele passou 290 dias preso, boa parte deles em prisão domiciliar.

Em outubro deste ano, autoridades norte-americanas emitiram novo pedido de extradição, desta vez à Polônia, mas o país de nascimento do ator se negou a fazê-lo. Neste último pedido, no entanto, os norte-americanos deixaram de citar que ele já havia cumprido 42 dias de pena em 1977, o que foi considerado irregular pelos advogados de Polanski, para quem "a omissão deliberada (...) foi calculada para fazer o governo polonês acreditar que Polanski é 'extraditável'" segundo acordos diplomáticos firmados pelos dois países.

Polanski é vencedor do Oscar de melhor diretor por "O Pianista", de 2002, filme em partes autobiográfico que relata a luta pela sobrevivência de um artista na Polônia ocupada pela Alemanha nazista.

* Com informações da Associated Press.