"Corações de Ferro" reproduz ambiente claustrofóbico de tanque da 2ª Guerra
O papel de militar veterano da Segunda Guerra Mundial parece ter caído como uma luva em Brad Pitt, 51. Sua atuação em “Bastardos Inglórios” (2009), como tenente Aldo Raine, por exemplo, foi marcante. Em “Corações de Ferro”, em cartaz nos cinemas, não é diferente. O ator dá vida ao sargento Don “Wardaddy” Collier, que comanda a equipe de um tanque M4 Sherman, do exército americano, apelidado de Fury (Fúria, em português).
O longa é ambientando nos anos finais da Segunda Guerra, quando os americanos estão lutando dentro da Alemanha. Embora existam por aí incontáveis filmes sobre o conflito, com os enfoques mais variados que vão desde a guerra aérea no Pacífico, passando pelo ataque a Pearl Harbor, o Dia D e até uma busca insana por um soldado desaparecido, pouquíssimos filmes até hoje contaram a história dos militares que lutaram dentro dos tanques de guerra. Um desses filmes foi "Sahara" (1943), estrelado por Humphrey Bogart, que conta a história de um comandante americano de um tanque na Líbia. O filme, aliás, foi lançado enquanto o conflito ainda ocorria.
Em “Corações de Ferro”, o diretor e roteirista David Ayer conseguiu reproduzir o ambiente claustrofóbico do tanque, aliando-o a batalhas de tirar o fôlego. Uma delas, que vale o destaque, é quando o Fury encontra com um temido Tiger 131 alemão, tido como um dos melhores tanques da Segunda Guerra. O diretor conseguiu usar nas filmagens o único Tiger ainda em funcionamento remanescente do conflito, que pertence ao Bovington Tank Museum, em Bovington, na Inglaterra, agregando ainda mais realismo à trama.
O enredo conta a história dos soldados do tanque Fury, liderados por Wardaddy. A equipe é formada por Boyd “Bible” Swan (interpretado por Shia LaBeouf), Trini “Gordo” Garcia (Michael Peña) e Grady “Coon-Ass” Travis (Jon Bernthal). Após retornarem de uma batalha, o novato Norman Ellison (Logan Lerman) é incorporado à equipe. O jovem, no entanto, não aceita a violência da guerra e Wardaddy terá que ensiná-lo a lutar e a matar antes que algum nazista o mate. Em meio a isso tudo, o enredo mostra também a amizade e a lealdade que une os outros soldados a seu comandante.
O longa, no entanto, não mostra os americanos como santinhos lutando uma guerra limpa contra os desumanos nazistas. Em “Corações de Ferro” não há inocentes. Como ensina Wardday a Norman: “Ideais são pacifistas. A história é violência”. O filme mostra, portanto, um batalhão americano executando sem misericórdia soldados alemães desarmados e que já tinham se rendido. “Se você não matar, eles vão nos matar”, afirma o personagem de Pitt antes de atirar na cabeça de um deles.
Com produção minuciosa e excelente atuação de Brad Pitt, “Corações de Ferro” impressiona pelo realismo aliado a uma “tendência” dos filmes atuais em mostrar que os heróis não são completamente perfeitos e, sim, pessoas comuns com poucas qualidades e muitos defeitos.
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