Drama com Tim Roth como enfermeiro misterioso surpreende na reta final
Quando todo mundo já fechava suas apostas para a Palma de Ouro, faltando apenas dois filmes para o fim da competição, "Chronic", filme do mexicano Michel Franco rodado em inglês, veio para bagunçar tudo –e pode levar um dos prêmios principais da cerimônia de domingo.
No filme, Tim Roth é David, um enfermeiro dedicado que cuida de pessoas com os mais diversos tipos de doença. Só aos poucos "Chronic" vai dando informações sobre ele: está afastado da família há algum tempo, houve alguma tragédia pouco clara com um de seus filhos. Algumas coisas que ele conta sobre si a desconhecidos num bar parecem ser mentira.
"Chronic" tem uma direção seca e sem nenhuma trilha sonora, uma história dura por conta das histórias dos pacientes terminais –e um final surpreendente, de tirar o fôlego.
"Encontrei muitos enfermeiros que me ajudaram a encontrar o caminho para esse personagem. Meu maior medo era que minha presença como estrela de cinema atrapalhasse o filme", disse Roth, que ficou conhecido do público por filmes como "Cães de Aluguel" e "Pulp Fiction", de Quentin Tarantino.
O diretor Michel Franco, que já foi premiado em Cannes com outro drama, "Depois de Lucía", contou que o filme nasceu de uma experiência familiar. Há cinco anos, sua avó ficou presa a uma cama por meses com uma doença terminal, antes de morrer. "Me apeguei a essa enfermeira que cuidou dela, Beatriz. Ela me contou que fazia isso há 20 anos. Perguntei quantas pessoas ela já tinha visto morrer, e ela apenas me deu um sorriso triste. Foi aí que pensei em fazer um filme sobre como uma pessoa lida com a doença de maneira permanente na sua vida", explicou.
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