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Abertura da 39ª Mostra de SP tem Babenco no palco e protesto na porta

Mariane Zendron

Do UOL, em São Paulo

22/10/2015 00h18

A abertura da 39ª Mostra de São Paulo, realizada no Auditório Ibirapuera na noite desta quarta-feira (21), foi marcada por uma manifestação de um grupo de produtores contra o fim de uma linha de crédito do estado de São Paulo que fomenta a produção cinematográfica. O grupo abriu uma faixa e distribuiu camisetas e panfletos na porta do auditório.

Seguindo a tradição, a cerimônia foi comandada pela diretora Renata de Almeida e o apresentador Serginho Groisman. Além de patrocinadores, subiu também ao palco o prefeito Fernando Haddad, que prometeu se empenhar em novas linhas de crédito para o cinema.

Haddad ainda mencionou Hector Babenco, cujo filme "Meu Amigo Hindu" foi escolhido para a abertura da Mostra. "Não queremos que o Babenco pare de filmar no Brasil. A gente ama o Babenco", disse. Em entrevista ao UOL, o cineasta afirmou que demorou oito anos para lançar um novo título por dificuldades para financiá-lo e que seu próximo longa será o último. "Depois, nunca mais. Não aguento mais. Estou de saco cheio de tudo isso", disse.

O diretor de "Pixote" e "Carandiru" também subiu ao palco ao lado do elenco de seu filme, incluindo Reynaldo Gianecchini, Barbara Paz, Selton Mello e Maria Fernanda Candido. "Muito se falou de políticas públicas na noite de hoje, mas eu gostaria de falar da beleza. Minha carreira é essa procura incansável de querer construir algo belo".

No filme, Willem Dafoe vive o alter-ego do diretor, um personagem com câncer que conhece um garoto hindu durante o tratamento. O próprio ator mandou uma mensagem para Babenco, exibida no telão, em que dizia que não pôde vir a São Paulo para acompanhar a estreia, mas que tinha sido um prazer participar do filme.