A Disney agora é dona da Fox; mas o que isso significa na prática?
A histórica aquisição da 21st Century Fox pela Disney por US$ 52 bilhões, anunciada nesta quinta-feira (14), traz um impacto profundo na forma como compreendemos e consumimos a maior indústria do entretenimento, a dos filmes e séries. É o maior negócio da indústria do cinema nos últimos dez anos.
Com o negócio, a empresa que deu vida ao Mickey Mouse conta agora com a maior parte da área de entretenimento da antiga rival Fox --basicamente as divisões de cinema e televisão--, que continuará existindo sob os domínios da Disney.
Mas o que significa na prática uma aquisição desse, por parte de uma empresa/império que já é dona de bandeiras famosas como a Pixar, a Marvel e a LucasFilm, responsável pela franquia “Star Wars”? São várias as possíveis implicações. Veja abaixo cinco delas.
1. Universos de heróis: o lado bom
Primeira possibilidade: em uma fusão, os personagens da Marvel que hoje pertencem à Fox no cinema podem ser unificados em um único universo na Disney. Ou seja, os X-Men e o Quarteto Fantástico, por exemplo, podem bater na porta do Homem-Aranha, Vingadores e Guardiões da Galáxia. Com a nova direção e direcionamento, filmes como X-Men e Quarteto Fantástico tem também a chance de ganhar reboots, com o surgimento de novas histórias e universos a serem explorados. Há uma enorme gama de possibilidades a serem exploradas.
2. Universos de heróis: o lado ruim
Apostas bem-sucedidas da Fox, como “Deadpool” e “Logan”, além da futuro “Os Novos Mutantes”, podem simplesmente deixar de aparecer. Sob tutela da Fox, os filmes da Marvel eram famosos por compartilhar um universo rico e elástico, que abriam brecha para projetos ousados, como os citados acima. Sob o comando da Disney, mais conservadora nesse quesito, não há garantia de que pontos fora da curva continuem sendo lançados, o que pode podar (ou pelo menos inibir) produções que proporcionam diversidade e oxigenam o mundo dos heróis.
3. A volta dos filmes de médio orçamento
Agora com o extenso catálogo da Fox à disposição, a Disney, pode resgatar títulos clássicos, tanto em formato filme quanto no formato série. Exemplos: “O Dia Que a Terra Parou, Patton”, “Cleópatra” e “A Malvada”. Outra possibilidade que pode ser empregada para evitar o autocanibalismo: fazer da Fox um selo para lançar filmes de médio orçamento, alguns com roteiros mais "adultos" e até com cara de Oscar, artigo praticamente em extinção na atual Hollywood de blockbusters e séries milionárias. Seria um alento para o cinema e o audiovisual.
4. Um forte rival para a Netflix
A Disney anunciou em agosto a retirada de seus filmes do acervo da Netflix, já que pretende lançar em 2019 seu próprio serviço de streaming. Ele promete bater de frente com a rival e com a Amazon, “donas” do mercado. Com a Fox na manga, a Disney ganha, além de um extenso acervo, um capital importante para investir em produções "sob demanda". Por exemplo: uma série live-action de “Star Wars” para competir com a futura “Senhor dos Anéis”, da Amazon. Agora, a Disney tem ainda mais há munição e expertise para arquitetar qualquer tipo de projeto.
5. Monopólio
Em termos de bilheteria, a Disney ocupou o primeiro lugar entre os estúdios em 2016, com US$ 7,6 bilhões arrecadados mundialmente. Já a Fox terminou em terceiro, com US$ 4,5 bilhões. A união das gigantes cria um "monstro" que agora tem na mira a Warner, Universal e Paramount na guerra pelas grandes audiências. Com o acervo da Fox (“Avatar”, “Planeta dos Macacos”, “Independence Day”, "Simpsons" entre tantos outros títulos definidores da cultura pop), a empresa de Walt Disney deve ditar as cartas no mundo do entretenimento como nunca antes na história.
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