Topo

Robert Downey Jr. injeta humor em "Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras"

Jude Law e Robert Downey Jr. em cena de "Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras", dirigido por Guy Ritchie - Divulgação
Jude Law e Robert Downey Jr. em cena de "Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras", dirigido por Guy Ritchie Imagem: Divulgação

Neusa Barbosa

Do Cineweb, em São Paulo

12/01/2012 09h13

Desde sempre, o problema do diretor inglês Guy Ritchie é a hiperatividade. Mais uma vez, a história se repete em "Sherlock Holmes: O Jogo das Sombras", segundo capítulo da franquia iniciada em 2009, que modernizou o bom e velho detetive inventado pelo escritor sir Arthur Conan Doyle em 1887.

Ninguém duvida de que a história necessita de uma atualização para dialogar com as plateias do século 21. Nem se critica a tomada de diversas liberdades para dar conta disso. A questão é só o frenesi. Há tantos efeitos visuais, tantos flashbacks, tantas câmeras lentas para forçar o espectador a não perder o mínimo detalhe, tanta insistência em chamar a atenção para todas essas correrias, explosões e sequências que tiram os protagonistas do chão - literalmente - que, ao final, às vezes dá um certo cansaço.

Nada errado com o ator Robert Downey Jr., que entra com facilidade e o carisma habitual pela segunda vez na pele de Holmes, usando com ironia seu conturbado passado de experiências com substâncias clandestinas na vida real para injetar humor em situações semelhantes de seu personagem. Nem essa imprudência com o que ingere e o que come, no entanto, compromete a impressionante habilidade de raciocínio de detetive - agora convocado para ser padrinho de casamento de seu caro Watson (Jude Law) e esclarecer uma misteriosa onda de atentados pela Europa.

Uma coisa vai atrapalhar a outra, certamente. Se não se chega a impedir o casamento de Watson, sua lua de mel será arruinada pela chegada de Holmes - que vem salvar a vida do amigo, ameaçada pelo arqui vilão James Moriarty (Jared Harris).

O brilhante ex-professor de Holmes desenvolveu um plano armamentista engenhoso que, caso dê certo, vai lançar a Europa em guerra em pleno ano de 1890, algumas décadas antes da Primeira Guerra Mundial que, ninguém sabia ainda, mas fatalmente viria.

Holmes e Watson contarão com a ajuda de uma descolada trupe de ciganos, liderada por madame Simza (a atriz sueca Noomi Rapace), e que foram envolvidos nos planos diabólicos de Moriarty. Madame, aliás, será a principal presença feminina do filme, já que pouco sobra para Irene Adler (Rachel McAdams) e a mulher de Watson, Mary (Kelly Reilly), por razões que é melhor não antecipar aqui.

Uma presença muito bem-vinda é a do comediante Stephen Fry, como o irmão mais velho de Holmes, Mycroft, um alto funcionário do governo inglês que atua nos bastidores de todo o imbróglio envolvendo a ameaça à paz no mundo. Poucos, como Fry, são capazes de encarnar tão deliciosamente a autoironia com a empolação da alta classe britânica.

No mais, é melhor guardar o fôlego, até porque a sequência final é numa conferência internacional ao lado das altíssimas cataratas de Reichenbach, uma das mais altas dos Alpes suíços. Com o sucesso das bilheterias do segundo capítulo, tudo indica que um terceiro virá por aí.

* As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb

TRAILER DE "SHERLOCK HOLMES: O JOGO DE SOMBRAS"