"Hitchcock" explora curiosidades por trás das filmagens de "Psicose"
A faca, os violinos gritantes da trilha de Bernard Herrmann e a mulher morta no chuveiro são fatos mais do que conhecidos do suspense "Psicose" (1960). Já o longa "Hitchcock" ambiciona ir além e contar os bastidores de como o filme se transformou em clássico do cinema.
Com roteiro baseado em livro de Stephen Rebello -- "Os Bastidores de 'Psicose'" -- e direção de Sacha Gervasi (documentarista que estreia na ficção), a produção tenta, ainda que superficialmente, discutir o artista a partir de sua obra.
A história começa quando Alfred Hitchcock -- interpretado por um Anthony Hopkins quase escondido atrás de maquiagem exagerada -- alcança reconhecimento por parte do público com "Intriga Internacional" (1959).
O diretor começa a procurar um novo projeto para filmar até topar com um livro obscuro chamado "Psycho", de Robert Bloch. Ao perceber potencial para um novo longa, manda a assistente Peggy (Toni Collette) comprar todos os exemplares existentes nos EUA. Tudo para evitar que as pessoas saibam o final da trama antes da hora.
A Paramount, que bancava os filmes do diretor, não aceita financiar a produção do longa. Com isso, Hitchcock precisa levantar recursos para produzir aquela que seria sua obra-prima, chegando a hipotecar sua própria mansão.
Por trás do esforço de Hitchcock, há uma outra questão: uma crise no casamento entre cineasta e a roteirista Alma Reville (Helen Mirren). Com o marido tão consumido pelo trabalho, ela acaba ficando mais próxima do amigo Whitfield Cook (Danny Huston), que foi roteirista de vários filmes de Hitchcock como "Pavor nos Bastidores" (1950) e "Pacto Sinistro" (1961).
VEJA TRAILER LEGENDADO DE "HITCHCOCK", DE SACHA GERVASI
Com Janet Leigh (Scarlett Johansson), Hitchcock foi bem mais doce e menos machista do que com outras estrelas que passaram por seus sets como Vera Miles (Jessica Biel), que teve uma pequena participação em "Psicose" por obrigação contratual.
À medida que a história avança, o longa parece empenhado em abordar curiosidades sobre o clássico do suspense. Um exemplos é o fato de Hitchcock não permitir que ninguém entrasse no cinema depois do início da exibição do longa.
O que sobra de mais interessante em "Hitchcock" é a relação do diretor inglês com sua mulher -- mais uma boa interpretação de Helen Mirren, atriz casada com o cineasta Taylor Hackford ("Ray") na vida real.
Já a interpretação de Hopkins e a visão do diretor Gervasi raramente se dão ao trabalho de buscar o homem que existe por trás do mito. As falas empostadas e os gestos caricatos de Hopkins só confirmam que esse é o Hitchcock da lenda, para a qual há inúmeras versões.
*As opiniões expressas são responsabilidade do Cineweb
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